Golpes online no Brasil: incidência, gravidade e vulnerabilidade
Uma pesquisa recente da Nord Security analisou o comportamento e percepção dos brasileiros em relação a temas de cibersegurança. Entre os resultados, constatou-se que a população do país é muito bem informada sobre questões de ameaças e crimes cibernéticos, mas continua altamente exposta a eles. Neste artigo, essas e outras descobertas são discutidas.
NordVPN revela a relação entre conscientização e exposição
Um dos pontos mais interessantes do estudo da Nord é a dicotomia existente entre o conhecimento e a exposição dos brasileiros diante dos perigos da internet. Se de um lado, 69% das pessoas entrevistadas foram capazes de reconhecer todas as ameaças virtuais em análise; de outro, 71% afirmou ter enfrentado pelo menos um incidente cibernético e 26% teve seus dispositivos infectados por um vírus, malware ou spyware durante o ano passado.
Esses resultados demonstram que, apesar de ser importante ter consciência dos riscos da internet, isso por si só não é suficiente. É imperativo também aliar o conhecimento às boas práticas e ao emprego de medidas de prevenção eficientes.
Usuários confiantes são mais propensos a serem vítimas
Uma outra descoberta curiosa é o fato de que os entrevistados que melhor avaliaram seu conhecimento de tecnologia (classificando-o como avançado ou expert) mostraram-se mais expostos a ameaças e crimes cibernéticos que aqueles mais modestos, que se disseram iniciantes no assunto.
Além disso, usuários de plataformas legítimas podem cair em golpes praticados por cibercriminosos que usam estes espaços legítimos, principalmente pela falta de cautela que muitas vezes é gerada pela sensação de segurança de usar estes ambientes (como os diversos tipos de golpe no LinkedIn com anúncios de vagas falsas e disseminação de phishing, por exemplo).
Quais as ameaças cibernéticas mais frequentes?
O estudo da Nord também analisou quais incidentes cibernéticos eram mais frequentes, na opinião dos entrevistados. Não surpreendentemente, os casos mais mencionados foram, de longe, aqueles que envolviam finanças e informações bancárias, como práticas de golpe do Pix.
Considerando que as transações financeiras e os dados bancários são os principais alvos dos criminosos, também não é surpresa nenhuma o fato de os crimes virtuais relacionados a pagamentos por PIX e a fraudes com cartões bancários serem tidos como os mais perigosos da atualidade para 75% e 74% dos brasileiros, respectivamente.
Esses números são ainda menos chocantes quando se leva em conta que, entre os incidentes mais comumente enfrentados pelas pessoas entrevistadas, destacam-se como segundos colocados justamente as fraudes financeiras ocasionadas por PIX (15%), dados de cartões roubados (15%), e lojas falsas na internet (15%).
Outras ocorrências sofridas pelos entrevistados foram:
- Infecção de dispositivos por vírus que roubam dados pessoais e bancários (13%)
- Fraudes envolvendo boletos falsos (12%)
- Roubo de senha e invasão de conta privada (12%)
- Roubo de dados pessoais confidenciais (11%)
Os cibercriminosos também focam bastante em informações expostas por usuários em redes sociais e plataformas de e-commerce como AliExpress, eBay, Shopee, Amazon (confira nosso guia sobre vários tipos de golpes na Amazon) e Mercado Livre, por exemplo (aproveite para conferir nosso guia sobre como fazer compras seguras no eBay). Além disso, o número de crimes e fraudes online cresce ainda mais durante épocas com grande fluxo de vendas, como os vários tipos de golpe na Black Friday e no Natal, por exemplo.
Então, é essencial tomar cuidado com o tipo de informação que você divulga nestas plataformas e mídias sociais.
Qual a influência do tempo gasto online no nível de exposição?
Outra variável avaliada pela Nord foi a existência de uma correlação entre tempo gasto na internet (tanto para fins profissionais quanto pessoais) e nível de exposição a ameaças virtuais. A conclusão da pesquisa foi que, ao contrário do que se poderia imaginar, não há nenhuma dependência entre esses dois elementos.
O que ficou sugerido, portanto, é que todos os usuários, independentemente da sua frequência online ou mesmo do tipo de dispositivo que utilizam, estão vulneráveis a ataques cibernéticos e devem tomar medidas proativas para proteger seus dados.
Mas as atividades online importam…
O mesmo não pode ser dito, contudo, sobre os tipos de ações desempenhadas na rede. Segundo os dados do estudo, atividades online mais avançadas estão diretamente relacionadas a uma maior exposição a riscos. Práticas como downloads por P2P ou torrent, transações financeiras e videochamadas se mostraram intimamente ligadas a uma maior ocorrência de incidentes cibernéticos.
Confira abaixo as atividades que mais elevaram o risco de exposição. As porcentagens indicam o quanto a frequência de cada prática foi superior nos entrevistados que foram vítimas de pelo menos 4 problemas de cibersegurança em relação ao conjunto total.
- Download por P2P ou torrent (23%)
- Transações financeiras (20%)
- Videochamadas (20%)
- Apostas online (18%)
- Acesso à dark web (16%)
- Transferência ou compartilhamento de dados online (16%)
Quem mais usa as ferramentas de segurança?
Por fim, a Nord perguntou aos entrevistados sobre o uso de ferramentas contra os perigos da internet. As respostas apontaram que, em geral, as pessoas que sofreram pessoalmente com crimes cibernéticos são mais propensas a investir em programas de segurança online, como antivírus, gerenciadores de senha e redes virtuais privadas (VPN).
Do mesmo modo, a pesquisa mostrou que a conscientização sobre as ameaças virtuais está positivamente relacionada ao investimento em soluções de cibersegurança. Isto é, os entrevistados mais bem informados sobre os riscos apresentaram uma maior probabilidade de implementar medidas de defesa em seus dispositivos que os demais.
De maneira geral, as entrevistas evidenciaram a importância de se combinar o conhecimento com a prática no combate às ameaças da internet, buscando não apenas ter maior cuidado com as atividades desempenhadas na rede, mas também investir em soluções de prevenção, como ferramentas de cibersegurança.
O quadro brasileiro pode parecer, a uma primeira vista, preocupante. Mas as respostas obtidas pela Nord sugerem que o país segue rumo a um futuro mais positivo e seguro, com um notável crescimento de consciência da população sobre a importância de se proteger ativamente na web.
Como se proteger dessas ameaças?
Para evitar ser vítima dos golpes mencionados na pesquisa, os usuários devem adotar medidas simples, mas efetivas, como:
- Usar senhas complexas e únicas para cada conta, evitando acima de tudo usar informações pessoais como parte dos códigos.
- Ter instalados programas de segurança cibernética, como antimalware, gerenciador de senhas e uma VPN.
- Tomar cuidado ao clicar em links suspeitos e evitar fazer download de fontes desconhecidas.
- Atualizar todos os seus sistemas e aplicativos para ter sempre ativo os mecanismos mais recentes de segurança.
- Ativar a autenticação de múltiplos fatores é outra dica importantíssima. Sempre que possível, ative a MFA para garantir uma camada adicional de proteção para as suas contas.
- Não fornecer informações pessoais a terceiros suspeitos, especialmente em canais não oficiais, como e-mails ou mensagens em redes sociais.
- Revisar extratos bancários e contas de cartão de crédito regularmente para conferir se não há compras não autorizadas.
Essas estratégias podem elevar seu nível de segurança e prevenir os golpes mais comuns da internet, protegendo você e seus dados contra os criminosos virtuais.
Metodologia
A pesquisa da Nord Security foi realizada por meio de Entrevista Web Assistida por Computador (CAWI), com brasileiros acima de 18 anos, entre 20 e 22 de março de 2023. A amostra de entrevistados consistiu de 1194 pessoas, abrangendo uma faixa representativa dos usuários de internet do país.
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