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Os Perigos das Redes Sociais

Cyberbullying, vazamento de dados e desinformação são apenas alguns dos problemas encontrados nas redes sociais. Neste artigo, você descobre os maiores exemplos dos riscos dessas plataformas – e como evitá-los para ter mais segurança em sua navegação.

6 de dez. de 2022

12 minutos de leitura

What are the most common social media privacy issues?

Os perigos mais conhecidos das redes sociais

A internet é um lugar perigoso, e os usuários estão cada vez mais conscientes disso. Em um estudo da NordVPN, 81% das pessoas entrevistas revelaram ter medo de ter suas atividades online monitoradas, seja pelo governo ou por criminosos. Mas o monitoramento certamente não é o único risco oferecido pela internet (Saiba mais sobre por que a internet é perigosa).

Nas redes sociais, sobretudo, a lista de perigos é longa. Abaixo você confere os riscos mais comuns.

1. Exposição excessiva

A exposição excessiva nas redes sociais é um grande problema. Muitos são os crimes cometidos com ajuda de informações obtidas por aquilo que as próprias vítimas postam em seus perfis – como golpes no WhatsApp ou e-mails de phishing, que podem levar, por exemplo, os usuários a terem o perfil de plataformas como o Instagram hackeado.

Falar excessivamente sobre sua rotina, sobre a vida das pessoas da sua casa, os bens que vocês possuem e o que gostam de fazer dá aos criminosos dicas valiosas sobre o que fazer e como agir para prejudicar e ferir a você e aqueles que você ama e o que você tem.

É muito importante saber o que você deve postar e aquilo que é melhor manter privado.

2. Captação (e venda) das suas informações

Você até pode decidir limitar sua exposição pessoal e evitar colocar detalhes muito pessoais nos seus perfis, mas isso não elimina o fato de que as próprias redes sociais podem oferecer riscos à sua segurança e privacidade.

O próprio Facebook, por exemplo, reconhecidamente vendeu informações de seus usuários para empresas como Bing, Netflix, Spotify e Amazon, além de outras. No caso da Amazon e do Spotify, até mesmo as mensagens privadas dos usuários foram vendidas.

Isso acontece sem que os usuários tenham noção do processo e, nos próprios contratos de termos de serviço para os usuários, esses pontos são bastante contraditórios.

Por isso, a sua melhor escolha é sempre ler os termos de serviço e tomar ciência de como as suas redes sociais favoritas funcionam.

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3. Algoritmos e padronização de comportamentos

Outro ponto é como as redes sociais são permeadas por algoritmos de todos os tipos que são capazes não só de padronizar, mas até mesmo prever os padrões comportamentais dos usuários.

Eles fazem isso ao analisar suas atividades e buscas na internet e, por meio desses dados, direcionar sua navegação, estruturando padrões de consumo, incentivando a polarização política e criando bolhas de informação, nas quais os usuários apenas recebem notícias e publicações que confirmam suas opiniões pessoais.

Isso representa não apenas uma ameaça à privacidade das nossas informações, mas uma ruptura completa da própria ética entre pessoas, empresas, governos e o enfraquecimento da transparência e da credibilidade dos processos políticos.

E tudo isso acontece independentemente do seu consentimento.

4. Cyberbullying

Outro ponto importante dos riscos oferecidos pelas redes sociais é o do cyberbullying (ou bullying virtual/cibernético), que se caracteriza pela intimidação e/ou assédio por meio da internet em diversos sentidos.

O problema é agravado pela sensação de impunidade e anonimato dos agressores, impulsionando comportamentos de agressividade e humilhação contra as vítimas, e pela facilidade da disseminação das informações na internet, que leva a humilhação a ser exposta para um número imenso de pessoas.

5. Uso excessivo das redes e impactos na saúde mental

É importante destacar também o efeito do uso contínuo das redes sociais na saúde mental. Movidas por likes, comentários e quanta atenção você consegue obter, essas plataformas provocam uma forte indução das áreas do cérebro responsáveis pelo prazer. E, assim, à semelhança do que ocorre com as drogas de abuso, muitos usuários se tornam dependentes dessas redes e aumentam exponencialmente seu uso para continuar a obter esse efeito prazeroso.

Como resultado, eles se tornam desatentos e excessivamente ansiosos em sua vida cotidiana, desenvolvendo problemas de aprendizagem e memorização, sentindo-se muitas vezes desmotivados e deprimidos, e apresentando variações emocionais violentas que prejudicam seu dia a dia.

Por isso, é fundamental prestar atenção a quanto tempo você passa conectado e à forma como essas redes impactam sua saúde mental. Ficar longe do Facebook e do Instagram, por vezes, pode ser de grande benefício ao seu bem-estar geral.

6. Golpes online

Como todo meio de comunicação virtual, as redes sociais também são palco de inúmeros golpes online. Desde propagandas enganosas e SPAMs nas mensagens privadas, muitas são as formas usadas pelos criminosos para levar as vítimas ao erro. Com os dados das vítimas, os criminosos conseguem usar os detalhes dos cartões de crédito para cloná-los, por exemplo – além de realizar inúmeros crimes e fraudes que geram imensos prejuízos financeiros para pessoas, empresas e até órgãos de governo.

E mais que isso: como os usuários costumam compartilhar informações pessoais nessas plataformas, elas são uma fonte valiosíssima para os golpistas que queiram praticar phishing. Afinal, eles conseguem saber exatamente qual isca usar nos e-mails fajutos para induzir os usuários a cair em sua fraude (Saiba mais sobre o que são e-mails de phishing). Com informações como número de telefone e e-mail, por exemplo, os golpistas entram em contato com as vítimas oferecendo vantagens imperdíveis, como prêmios em dinheiro ou até brindes como um iPhone 16 (o famoso golpe do iPhone), tudo com o objetivo de roubar dados e dinheiro das pessoas.

7. Vazamento de dados e roubos de identidade

As redes sociais são grandes alvos de ataques hackers e, como consequência, de vazamentos de dados. Isso sem mencionar os escândalos envolvendo a venda proposital dessas informações pelas próprias plataformas para lucrar em cima de seus usuários (como no caso Cambridge Analytica com o Facebook).

Ataques de força bruta e ataques de dicionário usam informações que também são coletadas nos perfis de redes sociais das vítimas, tudo graças à exposição de informações pessoais como nome, sobrenome, endereço, e-mail, número de telefone e inúmeras outras coisas que são usadas pelos golpistas.

Fora isso, não é raro ver ocorrências de cibercrime como o roubo de identidade nesses serviços. Com a vasta disponibilidade de fotos e dados pessoais, os criminosos não têm nenhuma dificuldade em coletar e usar a imagem e nome dos usuários para criar perfis falsos ou praticar outros delitos.

8. Notícias falsas

Devido ao seu alto poder de difusão, as redes sociais são um instrumento central na divulgação de notícias falsas – sobretudo se há interesses maiores por trás dessas informações fajutas.

Além do seu poder de desinformar a população, as mentiras propagadas podem ter efeitos devastadores na vida em sociedade, levando a linchamentos, comportamentos de risco ou desordem no cenário político.

9. Cyberstalking

À semelhança do cyberbullying, o cyberstalking também é uma forma de assédio virtual, com um enfoque maior na perseguição e ameaça das vítimas. Entre as práticas comuns de quem se engaja nesse crime estão atitudes como seguir os passos da vítima, realizar chamadas inconvenientes, deixar mensagens maliciosas em plataformas digitais, entre outros.

O papel das redes sociais no cyberstalking é central porque é por meio dessas páginas que os stalkers conseguem informações sobre as vítimas, acompanham suas vidas e enviam suas mensagens ameaçadoras.

10. Conteúdos inapropriados e grooming

Por fim, as redes sociais também podem oferecer riscos, em particular às crianças e adolescentes, ao trazer conteúdos perigosos e possibilitar a prática do grooming.

Em relação aos conteúdos inadequados, além de materiais com teor violento ou sexual, há ainda a presença de imagens, textos ou vídeos com potenciais efeitos de gatilho aos usuários, como publicações tratando de distúrbios alimentares ou de experiências traumáticas.

O grooming, por sua vez, é a prática de adultos que se aproximam de menores de idades, muitas vezes usando de perfis falsos nas redes sociais, com o intuito de corrompê-los e abusar deles sexualmente.

os perigos mais conhecidos das redes sociais

Exemplos da vida real dos perigos das redes sociais

Veja abaixo alguns casos reais de crimes e violências ocorridas que tiveram as redes sociais como pano de fundo.

  • Ataque a Elaine Caparróz. Em 2021, a mãe do lutador de jiu-jitsu Rayron Gracie, quase foi morta em seu apartamento no Rio de Janeiro, durante o primeiro encontro com um homem que havia conhecido por meio das redes sociais. Por sorte, Elaine tinha conhecimento de defesa pessoal e, por isso, conseguiu se esquivar do agressor e escapar com vida.
  • Assédio moral contra Olmo Cuarón e Fábio Assunção. Tanto o filho do diretor mexicano Alfonso Cuarón quanto o ator global Fábio Assunção foram alvos de assédio moral e comentários maliciosos nas redes sociais em 2021, quando ambos tiveram suas imagens espalhadas em milhares de postagens de gosto duvidoso pela internet com ataques verbais e piadas maldosas sobre suas aparências.
  • Machismo contra Ingrid Oliveira. Atleta de salto ornamental, Ingrid sofreu em 2016 um intenso linchamento moral após vazarem nas redes sociais boatos de que havia dormido com o canoísta Pepê Gonçalves durante os Jogos Olímpicos daquele ano. A campanha de assédio e críticas à saltadora foram tão violentos que sua carreira foi irreparavelmente prejudicada e até hoje ela não consegue patrocínio.
  • Linchamento de Fabiane Maria de Jesus. Em 2014, Fabiane foi brutalmente atacada e assassinada no Guarujá, em São Paulo, após ser confundida com uma sequestradora da cidade, cujo retrato havia sido divulgado em postagens no Facebook. Apesar da semelhança com a criminosa, Fabiane nem mesmo estava na lista de suspeitos da polícia.

O que fazer se você se tornar uma vítima dos perigos das redes sociais?

Caso seja vítima de um ataque na internet, os especialistas recomendam que você siga os seguintes passos.

  1. 1.Mantenha a calma e documente tudo. Tire capturas de tela, fotos de mensagens e tudo que possa servir de evidência do crime digital.
  2. 2.Bloqueie o agressor. Independentemente da plataforma usada, é importante cortar a comunicação com o criminoso o quanto antes. Assim que já houver reunido as provas necessárias, bloqueie o agressor.
  3. 3.Denuncie o perfil. Esse passo é importante porque ao denunciar os perfis criminosos você ajuda a evitar que outras pessoas sejam vítimas dos mesmos ataques.
  4. 4.Procure um advogado ou uma delegacia especializada. Um profissional da área saberá como instruir você a tomar os passos legais para remover os conteúdos da rede e/ou processar os responsáveis.
  5. 5.Vá até as autoridades responsáveis. Em caso de ameaças, deve-se ir à delegacia mais próxima ou fazer uma denúncia ao Ministério Público. É possível fazer um boletim de ocorrência online por meio da página da Delegacia Eletrônica do seu Estado ou do Ministério Público da sua região.

Como evitar e minimizar os perigos das redes sociais

Segundo pesquisa da NordVPN, pelo menos um quinto dos brasileiros estão dispostos a apagar sua presença online por completo para ter mais privacidade. E, apesar do aparente exagero, a estratégia é, de fato, a única capaz de eliminar os riscos provenientes das redes sociais.

como evitar os perigos das redes sociais: táticas

Se você não quiser remover seus perfis da internet, mas desejar mesmo assim minimizar as chances (e os impactos) dos perigos das redes sociais, as seguintes táticas podem ser adotadas:

  • Ajuste as preferências de privacidade. Controlando o que é exposto a terceiros em seu perfil, o usuário pode garantir que apenas as pessoas por ele selecionadas terão acesso às suas informações.
  • Limite o tempo gasto nas redes sociais. Isso diminuirá os efeitos indesejáveis sobre sua saúde mental, além de aumentar sua produtividade cotidiana. Alguns aplicativos permitem o controle externo desse limite, caso disciplina não seja o seu forte.
  • Limite a quantidade de informações compartilhada. Pensar conscientemente sobre o que você vai ou não publicar em seus perfis sociais é uma boa ideia – afinal, nem todo mundo merece saber cada detalhe da sua vida.
  • Use pseudônimos. Para uma privacidade aprimorada, é possível ocultar seu nome real nas redes sociais e investir em pseudônimos.
  • Apenas aceite pessoas que você conhece. Se seu perfil é pessoal, não há por que permitir que pessoas desconhecidas tenham acesso a ele. Para mais segurança, aceite apenas seus amigos e familiares.
  • Oculte o perfil dos mecanismos de busca. Muitas plataformas disponibilizam a opção de não apresentar seu perfil nas buscas da internet. Essa é uma boa alternativa para aumentar sua privacidade e evitar que qualquer um encontre seu perfil.
  • Denuncie perfis suspeitos e de agressores. Ao denunciar os criminosos virtuais, você ajuda as plataformas a fazer uma limpeza em seus serviços e evitar que outras pessoas sejam vítimas dos mesmos agressores.
  • Use uma VPN e a Proteção contra Ameaças. Uma VPN aumenta sua privacidade ao esconder seu endereço IP e criptografar todos os seus dados de navegação. Com a funcionalidade Proteção contra Ameaças da NordVPN, você consegue ainda bloquear os rastreadores da Web e elevar ainda mais a defesa de sua privacidade (Saiba mais sobre o que é VPN).
  • Evite URLs suspeitas. Esteja sempre atento ao endereço das páginas que você visita. URLs que se assemelham a sites conhecidos são muitas vezes usadas para roubar dados e infectar os usuários. Em caso de dúvida, conte com a Proteção contra Ameaças, que bloqueia o acesso de sites potencialmente danosos.
  • Siga menos pessoas/grupos. Quanto mais pessoas você seguir nas redes sociais, maior será sua exposição. Manter um grupo reduzido e mais íntimo de contatos previne inúmeros riscos desnecessários na internet.
  • Verifique duas vezes as informações. Nem tudo que você lê na internet é verdade. Antes de compartilhar uma notícia chocante, confira sua procedência e busque em outras fontes se ela é, de fato, verídica.
  • Use senhas fortes e autenticação de dois fatores. Essas medidas aumentarão a segurança de seus perfis e evitarão que você seja hackeado e tenha suas informações pessoais vazadas por criminosos virtuais.

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Ilma Vienažindytė

Ilma Vienažindytė é uma gerente de conteúdo apaixonada por tecnologia e segurança online. Além da sua paixão pela tecnologia, ela também é especializada em fornecer insights sobre cibersegurança para novos mercados.