O que é o metaverso?
Definição de metaverso
Metaverso é uma evolução hipotética da internet. Seria um estágio mais avançado no qual todos os aspectos da vida online seriam integrados em um único espaço de realidade virtual acessível a todas as pessoas, em teoria.
Nesta concepção de futuro da conectividade online global, praticamente todos os serviços e funcionalidades, plataformas, websites, programas e aplicativos estariam acessíveis através de uma única interface VR (como um headset de realidade virtual, por exemplo).
Os entusiastas do metaverso imaginam um mundo global online no qual as atividades de trabalho, a vida social, as experiências de lazer e entretenimento e até mesmo ações artísticas possam ser organizadas e acessíveis em um único espaço conectado, disponível para qualquer pessoa com conexão à internet e um sistema de VR (virtual reality, ou realidade virtual).
Assim, uma pessoa poderia trabalhar, falar com os colegas, participar de reuniões de negócios e exercer inúmeras atividades profissionais em uma sala de reuniões e, logo depois, participar de uma apresentação musical virtual, tudo com avatares pessoais customizáveis. E, depois, ainda seria possível jogar algum game, fazer alguma obra de arte ou conversar com amigos, tudo sem sair do metaverso.
Estes são os conceitos e concepções sobre o metaverso, mas como ele funciona na prática, exatamente?
Como o Metaverso funciona?
No atual momento, o metaverso funciona de modo muito parecido com a internet, mas com uma sinergia e uma integração maior entre diferentes serviços e websites – e com uma integração de realidade virtual muito mais significativa, é claro.
Você já pode acessar a maioria das plataformas online e recursos através de um único dispositivo (laptop, Mac ou PC, por exemplo) usando uma única aplicação (um navegador web). Em termos simples, o metaverso é uma versão mais imersiva do sistema de internet atual no qual dispositivos convencionais são substituídos por headsets de realidade virtual e onde você pode navegar através de recursos de realidade virtual ao invés de ter que abrir abas no navegador, do jeito convencional.
Mas os objetivos com o metaverso vão muito além de uma internet com VR. Alguns entusiastas afirmam que o metaverso será uma fusão da nossa realidade física e do ciberespaço, um mundo digital no qual os usuários podem viver, trabalhar, socializar, jogar, se divertir e fazer quase tudo sem precisar trocar de dispositivo ou de espaço físico.
Pode parecer algo típico de um roteiro de filme de ficção científica, mas a tecnologia que pode tornar isto viável já está em curso e isto é cada vez mais uma possibilidade no horizonte.
A história do metaverso
O termo metaverso começou a ser usado em 1992. O escritor estadunidense Neal Stephenson usava a expressão na obra Snow Crash – e ela designava um tipo de ambiente ou realidade virtual coletiva e que convergia com o mundo físico real. Daí, fica mais fácil entender de onde vêm as concepções para o atual projeto do metaverso, que sai cada vez mais do mundo da ficção para a realidade.
Desde o lançamento da obra de Neal até o desenvolvimento dos estágios atuais do metaverso, houve um longo caminho de evolução de tecnologias de realidade virtual, modelagem 3D, games e, claro, da própria internet.
Em 2003, o Second Life surgiu como o que hoje se descreve como primeiro metaveso, com vários aspectos de mídias sociais incorporados em um mundo 3D no qual os jogadores interagem de várias formas e têm várias possibilidades de sociabilização. Dependendo da análise, games como Haboo Hotel, Minecraft, World of Warcraft e Roblox também podem ser considerados como tipos de metaverso.
Em 2017, a Microsoft comprou a empresa de realidade virtual AltspaceVR e implementou tecnologias de avatares virtuais para as reuniões online realizadas no Microsoft Teams. E, em 2019, o Facebook lançou o mundo de metaverso chamado Facebook Horizon, alterando o nome para Meta Platforms em 2021.
Com investimentos de mais de 10 bilhões de dólares desde 2021, o desenvolvimento do metaverso é um dos carros-chefes da Meta, mas o projeto vem sendo colocado de lado para priorizar recursos de Inteligência Artificial desde fevereiro de 2023. A decisão é uma provável resposta ao desenvolvimento de ferramentas como o ChatGPT, além do reconhecimento dos prejuízos causados pelo investimento massivo no metaverso.
Tecnologias do metaverso
O metaverso depende de várias tecnologias e recursos para funcionar de forma adequada e para expandir suas possibilidades – e algumas delas precisam ser destacadas.
Realidade Virtual e Realidade Ampliada
As tecnologias de realidade virtual e de realidade ampliada são parte essencial da experiência no metaverso. São elas que permitem a entrada e a interação no metaverso. Headsets de realidade virtual são comercializados de forma cada vez mais ampla, e há opções como o Meta Quest 2 (produzido pela própria Meta, a empresa que antes era chamada de Facebook e que também gerencia a rede social que ainda mantém o nome).
O Meta Quest 2 oferece tecnologia de realidade ampliada (AR, augmented reality), o que adiciona elementos visuais aos ambientes dos arredores ao invés de usar um ambiente totalmente digitalizado.
Estes equipamentos são muito importantes para reduzir o abismo entre o mundo real e o metaverso, usados para garantir a experiência mais realista possível. Apesar de os primeiros modelos e tentativas de realidade ampliada (como o Google Glass) não conseguirem atender este propósito, a Meta e outras big techs já estão no processo de aprimorar os sistemas de AR.
Modelagem 3D
Outra tecnologia essencial para o metaverso é a modelagem 3D. Sistemas que modelam ambientes em três dimensões são muito importantes para garantir uma experiência imersiva no metaverso.
Mark Zuckeberg, CEO da Meta, já deu informações detalhadas sobre os planos da empresa de desenvolver uma tecnologia que consiga escanear e mapear os espaços ao redor dos usuários do metaverso, o que potencialmente poderia envolver uma rede de câmeras nos espaços físicos das pessoas que usam o metaverso.
Na teoria, a modelagem 3D poderia permitir aos usuários uma experiência mais física e realista no mundo virtual. Se você quiser participar de alguma atividade esportiva ou dançar enquanto passa um tempinho nos espaços digitais, por exemplo, seu headset poderia incorporar elementos do seu espaço físico (como paredes, quadros, móveis, plantas, entre outras inúmeras coisas) no espaço digital do metaverso. Isto também serviria para diminuir os riscos de acidentes e colisões, dando mais segurança aos usuários.
Internet das Coisas
A IoT (Internet of Things, ou Internet das Coisas – confira nosso artigo sobre o que é IoT) é o ecossistema que conecta nossos dispositivos inteligentes (smart devices). Hardware como eletrodomésticos, sistemas de segurança para a casa, automação da iluminação e trancas digitais, por exemplo, são todos conectados através de redes sem fio (wireless), o que forma a IoT.
Como o metaverso é visto como uma integração dos espaços digitais e do mundo físico, a IoT (de forma bem parecida com a AR) pode desempenhar um papel muito importante ao interligar os ambientes físicos aos ambientes virtuais.
Uma das aplicações mais diretas para a IoT é fazer com que os usuários do metaverso tenham mais segurança nos ambientes físicos, evitando colisões como citamos anteriormente – enquanto participam de uma experiência imersiva no mundo digital do metaverso.
Prestar atenção nos ambientes físicos enquanto se usa um headset de realidade virtual é uma tarefa praticamente impossível, então dá para imaginar o quanto este recurso seria positivo em termos de segurança e proteção dos usuários.
Dispositivos que usam a IoT (como campainhas inteligentes, sistemas de segurança e até termostatos, por exemplo) poderiam enviar mensagens para dar avisos aos usuários dentro do metaverso, alertando as pessoas sobre emergências e necessidades no mundo real.
Blockchain
Outra tecnologia fundamental para o metaverso é o Blockchain. Mas, o que é Blockchain e como ele poderia ser usado no metaverso?
De forma simplificada, blockchain é um bloco ou um banco de dados no qual é praticamente impossível apagar ou alterar dados. Este é o sistema usado por criptomoedas e NFTs, por exemplo, e muita gente afirma que a tecnologia também poderia ser usada para garantir direitos de propriedade dentro do metaverso.
Por exemplo: um item de roupas usado pelo seu avatar no metaverso poderia ser armazenado em uma blockchain, o que o tornaria um artigo único ao qual só você (ou a pessoa para a qual você concedesse direito de uso) teria direitos de propriedade e de uso (como uma NFT, essencialmente).
Apesar de ser uma função viável para a tecnologia blockchain, pode ser que isto não seja implementado de maneira mais ampla no metaverso. E um dos principais fatores é que a segurança de NFT é muito falha. Independente da forma que o metaverso tomar, ele provavelmente será propriedade de alguém, principalmente de uma gigante como a Meta.
E as big techs com certeza preferem ter suas informações armazenadas nos bancos de dados delas, e não nos bancos de dados de alguma blockchain independente.
Como o metaverso é criado?
O metaverso é criado principalmente através da integração de diferentes plataformas, programas, sistemas, aplicativos, serviços e utilidades. E, além disto, há um grande uso de modelagem para criar os espaços digitais, reconhecer os usuários e criar identidades físicas para eles.
Além disto, o Metaverso usa recursos de realidade virtual para garantir maior imersão aos usuários, maior interatividade com os espaços virtuais e mais sintonia entre espaços físicos e virtuais.
E, claro, também usa algoritmos para reconhecer padrões dos usuários e oferecer serviços de marketing dentro do metaverso, de forma parecida com o que acontece no Facebook, por exemplo.
Exemplos de utilização do Metaverso
O metaverso já é usado em diversas formas e tem se expandido para abranger outras possibilidades de ações e integrações de atividades do nosso cotidiano.
Atividades de trabalho e negócios
O metaverso já é usado por muitas empresas e pessoas para realizar diversas atividades de trabalho e negócios.
O metaverso já é usado por várias empresas para ampliar estratégias de marketing digital, campanhas de publicidade e divulgação de produtos e serviços.
Os recursos do metaverso também facilitam a gamificação dos processos, criando interações mais dinâmicas e divertidas com clientes e eventos online nos ambientes virtuais integrados no metaverso.
Empresas já podem criar salas que permitem chamadas de videoconferência dentro do Metaverso, por exemplo – além da interação dos membros das equipes através dos avatares inseridos no ambiente virtual online.
Educação
O metaverso também abre uma série de possibilidades e recursos para a educação, tanto para professores e educadores quanto para alunos. Com mais ferramentas de interatividade, ele pode ser usado para deixar as aulas mais dinâmicas e menos desinteressantes, despertando mais a atenção e a participação dos alunos.
Ao invés de sentar-se na frente da câmera de um PC ou do smartphone para uma chamada de vídeo convencional para uma aula online de EAD (ensino à distância), os alunos e professores podem interagir de forma muito mais ampla em aulas virtuais ou mesmo em aulas presenciais em espaços integrados ao metaverso.
Socialização e lazer
O metaverso permite uma série de atividades de lazer e de sociabilidade: apresentações artísticas e shows musicais, games online e até esportes como corrida, natação, vôlei e futebol podem ser realizadas nos ambientes virtuais do metaverso.
Há vários recursos de interação que permitem que as pessoas possam se aproximar mais nestes espaços, o que amplia as possibilidades de lazer e de sociabilização na internet.
Jogos e entretenimento
O mercado de jogos movimenta quantidades cada vez maiores de dinheiro no mundo inteiro, e este mercado já abrange o metaverso. Decentraland, Axie Infinity, Sandbox, Illuvium, My Neighbor Alice, Chain of Alliance, Krystopia, Prospectors, Farmers World e Alien Worlds são alguns exemplos de títulos que já podem ser jogados no metaverso. E a lista só aumenta.
Os games do metaverso permitem um nível de integração e interatividade muito maior para os jogadores, o que cria um nicho praticamente novo de entretenimento digital no mundo dos games e permite um desenvolvimento mais amplo dos recursos de realidade virtual – que também podem ser usados para outras atividades além dos próprios games.
Outras opções de entretenimento além dos games, como músicas e filmes, também podem ser cada vez mais integrados ao metaverso para permitir experiências de lazer mais amplas.
Exemplos de metaverso
Há vários tipos de metaversos funcionando de maneira independente uns dos outros, sem formar o metaverso propriamente dito como se pretende formar no futuro próximo.
Um dos mais significativos é o Meta Horizons, um jogo desenvolvido pela Meta e que exige óculos de realidade virtual e fones especiais para que os recursos sejam acessados.
Outro exemplo importante é o Decentraland, um mundo de metaverso onde os usuários podem comprar lotes e propriedades digitais na forma de NFT e construir nestes espaços. Além disto, o jogo conta com a MANA, uma moeda digital própria que é inserida no mercado de criptomoedas e é usada para aquisições e trocas comerciais no Decentraland.
E o Pokémon Go também pode ser considerado como um exemplo de metaverso, já que ele faz a integração entre espaços físicos reais e espaços virtuais, permitindo aos jogadores percorrer trajetos e capturar pokémons.
Como o metaverso é acessado?
O conteúdo do metaverso pode ser acessado através de qualquer dispositivo que tenha conexão com a internet, mas o mais aconselhado é utilizar um dispositivo com uma interface de VR (realidade virtual).
No atual momento, você não consegue acessar totalmente o metaverso, porque ele ainda não existe de forma completa. Você pode usar alguns consoles de videogame ou um computador para participar de um show no Fortnite, por exemplo. Com um headset de VR, você pode participar da plataforma do Horizon Worlds da Meta e jogar com seus amigos. Muitas experiências do metaverso já estão disponíveis, mas elas ainda existem de forma separada e ainda não estão integradas como é o objetivo principal para o futuro do metaverso.
Até a integração total destas diferentes ilhas de conteúdo de metaverso, ainda não há um metaverso no sentido que se pretende para o termo. Nós podemos dizer que há pedaços do metaverso que poderão ser unificados em um único quebra-cabeças que vai formar o Metaverso propriamente dito.
Big techs como a Meta já investem quantidades imensas de dinheiro no desenvolvimento do metaverso, apesar de ele ainda ser um conceito essencialmente teórico. No longo prazo, a empresa enxerga que há uma possibilidade real de lucro. Mas ainda não podemos definir como isto vai realmente acontecer na prática.
O dinheiro no metaverso
O metaverso pode gerar renda de inúmeras formas, assim como a internet em sua forma atual permite várias possibilidades de ganhos e de negócios. Desenvolvedores e vendedores de software e hardware, desenvolvedores de aplicações e empresas de hospedagem de servidores são alguns dos exemplos de áreas comerciais que podem ganhar muito dinheiro no metaverso.
Além disto, digital influencers, criadores de conteúdo e personalidades podem realizar eventos, vender e promover produtos e serviços e criar campanhas no metaverso com um nível de interatividade muito maior com as pessoas, o que permitiria também uma maior interação entre fãs e artistas.
As empresas e as pessoas teriam uma nova gama de potenciais meios de ganhos com o metaverso. Melhorias para os avatares (como roupas, acessórios e itens cosméticos no geral, por exemplo) e até a compra de propriedades são alguns dos exemplos de coisas que podem ser comercializadas no ambiente virtual.
E, claro, a Meta investe por algum motivo. O comércio de headstes para possibilitar a experiência com o metaverso é apenas um dos exemplos de ganhos que a gigante da tecnologia tem através da ampliação do metaverso.
Investimentos
Há também uma série de possibilidades de investimentos no metaverso. Empresas e pessoas podem investir em campanhas de publicidade, propaganda e marketing, por exemplo.
Empresas de games, filmes e músicas também podem usar o imenso potencial de interatividade com as pessoas para divulgar conteúdo de entretenimento de forma mais interativa e dinâmica, e até criar eventos e promoções especiais dentro do espaço do metaverso.
Além disto, há uma grande variedade de investimentos em inovações tecnológicas para o metaverso que podem ser ampliadas para áreas como saúde, educação e até mesmo cibersegurança – enfim, os usos são bastante múltiplos e há inúmeras possibilidades de empreender no metaverso.
Criptomoedas
Para facilitar transações e pagamentos, as criptomoedas podem ser integradas ao metaverso, permitindo trocas entre os usuários e a compra de produtos e contratação de serviços dentro do ambiente virtual.
Criptomoedas próprias também podem ser criadas por pessoas e empresas com vantagens e usos mais interessantes para quem se conectar no metaverso, o que garante um crescimento e uma popularização do uso de criptoativos entre a população como um todo.
Os potenciais riscos do metaverso, os prós e os contras
O metaverso possui pontos positivos e negativos, como qualquer outra iniciativa. E é importante ter uma noção mais realista sobre como ele pode te impactar positivamente e quais riscos ele também pode oferecer.
Prós
Estes são alguns dos principais pontos positivos da ampliação do uso do metaverso e das tecnologias relacionadas a ele:
O metaverso oferece maiores possibilidades de interação e conexão com seus amigos e com novas pessoas, independente do lugar onde você viva ou onde você esteja.
Acesso a mais experiências de entretenimento, com possibilidades mais amplas de interagir com conteúdo como games, músicas, filmes, apresentações, shows e exposições de arte, entre outras coisas.
Experiências educacionais online mais imersivas, o que pode garantir mais acessibilidade ao conhecimento e mais mecanismos de aprendizagem através de conteúdo interativo;
Facilitação das práticas de trabalho remoto, garantindo mais ferramentas para a realização do home office e de atividades sem a limitação dos espaços físicos e das modalidades tradicionais de trabalho.
Contras
E, como nem tudo é só teoria, nós também precisamos falar sobre alguns riscos que o metaverso apresenta:
Há maiores riscos de ações invasivas contra dados pessoais e violações da privacidade dos usuários – além dos problemas de coleta de dados e de registro das atividades dos usuários, inclusive os problemas das redes sociais que já são conhecidos – e, no caso do metaverso desenvolvido pelo Facebook, os problemas que incluem a rede social, mais especificamente;
Possibilidades de maior vulnerabilidade a ataques cibernéticos, disseminação de notícias falsas e práticas de scams (golpes).
Exigência de dispositivos de VR, o que pode gerar riscos de integridade física ao diminuir a percepção dos usuários em relação aos espaços físicos onde eles estão durante o uso do metaverso;
Mais mecanismos para a prática de catfish, stalking e outras ações invasivas (o que também pode gerar o aumento nos casos de cyberbullying);
Dependência de recursos equipamentos caros e que ainda não foram totalmente desenvolvidos;
A possibilidade de prejudicar e desestimular interações interpessoais no mundo real, criando maior dependência em relação à tecnologia. Aqui, temos também a possibilidade de discutir os aspectos de vício em tecnologia, como acontece com a dependência cada vez maior dos smartphones.
O metaverso é o futuro?
É bastante difícil determinar se o metaverso é o futuro da internet ou se ele será um próximo estágio da forma como nós interagimos no mundo online e como percebemos a internet como um todo. Mas nós podemos definitivamente afirmar que ele já é uma realidade, independente de ser este próximo degrau do mundo online ou não.
O metaverso ainda precisa ser completamente desenvolvido, e ainda não é possível afirmar se este desenvolvimento será concluído. E o metaverso com certeza vai desempenhar um papel na evolução da conectividade e das interações online, além de promover mudanças na forma como percebemos conceitos como social networking, interatividade online, consumo de mídias e integração digital.
Só que a construção de uma plataforma de realidade virtual única e singular ainda está longe de se transformar em realidade.
Um dos maiores desafios para o metaverso é a interoperabilidade. Empresas como Meta, Apple. Google e Amazon tendem mais a criar seus próprios espaços e headsets de VR, criando os próprios nichos de consumidores e competindo com diferentes versões de metaversos. Imaginar alguma cooperação ou união entre estas gigantes da tecnologia é praticamente um sonho sem nenhuma base na realidade.
O conceito de um metaverso único pode ser mais um wishful thinking do que um projeto realmente viável. Desta forma, o conceito de metaverso como próximo estágio da evolução da internet pode nunca se transformar em realidade.
Outro desafio para a concretização do metaverso como ele é visualizado pelos entusiastas é a confiança na vontade de as empresas respeitarem a privacidade dos usuários. Afinal, se o Facebook já apresenta problemas em relação à privacidade e aos dados pessoais dos usuários, como seria a gestão disto no Metaverso?
Por enquanto, apesar de válido, este ainda é um debate de especulação – e só o futuro pode mostrar de forma concreta como o metaverso vai se apresentar e se desdobrar de modo real e quais impactos ele vai trazer para os usuários e a forma como lidamos com a internet.