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Como saber se meu celular foi hackeado e como resolver isso

Se você tem tido problemas com a bateria ou o consumo de dados do seu celular, atenção: talvez ele esteja hackeado. Como ter certeza? O que fazer para resolver esse problema? Essas e outras questões são respondidas neste artigo.

6 de mai. de 2024

12 minutos de leitura

man with a phone hacked via phishing attack

Como identificar se seu telefone foi hackeado?

É possível ter a câmera do celular hackeada?

Há alguns sintomas e sinais que podem te ajudar a identificar se você foi vítima de algum ataque e se seu aparelho foi hackeado:

Itens novos que você não reconhece no seu celular

Verifique se há algo no seu aparelho que não deveria estar nele, desde aplicativos que você não baixou, mensagens que você não enviou, compras que você não fez, ligações estranhas e tudo que saia do normal ou que você não consiga identificar.

Celular muito lento, mais do que o normal

Já que muitos malwares usam muitos recursos de memória, isso vai tornar seu aparelho mais lento e pode diminuir consideravelmente o desempenho dele. Note, contudo, que isso também pode ser resultado de outros problemas, como o acúmulo de cache.

Limpar arquivos de cache envolve processos diferentes dependendo do dispositivo e do sistema operacional que você usa. Temos vários guias que ensinam a fazer a limpeza de cache passo a passo:

Dados de internet móvel que acabam rápido demais

Mesmo sem usar tantos recursos, seu plano de dados é consumido rapidamente, isso pode ser um sinal de uma invasão. Muitos vírus usam a conexão do seu aparelho para executar atividades online, e isso acaba esgotando seu pacote de dados móveis.

Comportamentos estranhos no seu aparelho

Reiniciar sozinho, desligar mesmo com a bateria cheia e sem aviso prévio ou não conseguir carregar o sistema são alguns sinais que indicam que seu dispositivo foi infectado.

Exibição constante de pop-ups

Este é um sintoma clássico de infecção em celulares. Se estiver recebendo essas várias janelinhas irritantes com anúncios, há uma boa chance de você ser vítima de adwares.

Aplicativos deixando de funcionar

Se seus programas não funcionam mais como antes, ou se seu celular fica congelado ao acessá-los, talvez um malware esteja ocupando toda a capacidade do seu aparelho.

Websites com aparências diferentes

Claro que algumas páginas sofrem alterações em seu layout, mas se muitos sites aparentarem alterações em pouco tempo, suspeite. Seu celular pode estar hackeado.

Celular esquentando com frequência

É normal que seu aparelho esquente um pouco durante períodos de uso intenso, com streaming de vídeos ou jogos online. Mas se você notar que ele fica quente ao menor uso, isso pode indicar problemas com vírus.

Diferentes formas pelas quais seu celular pode ser hackeado

Há vários tipos de ameaças que podem atingir seus dispositivos móveis. Os criminosos utilizam vários métodos para invadir seu celular, especialmente por meio de códigos maliciosos, chamados de malware. Um método de ataque particularmente agressivo é o do spear phishing, no qual os criminosos usam informações personalizadas sobre a vítima e agem de modo a induzi-la a divulgar dados sensíveis.

Isto pode levar a acessos não-autorizados ao seu dispositivo e outros aparelhos pessoais. Aprenda mais sobre como o spear phishing pode afetar usuários de dispositivos móveis e quais medidas preventivas você deve tomar.

Aqui, vamos listar os principais métodos para hackear dispositivos móveis (ou qualquer outro dispositivo conectado à internet):

  • Ataques sim swap: em português, o termo significa “troca de SIM” (ou “troca de chip”); são ataques usados para que os criminosos possam transferir seu número de telefone para o chip deles e, assim, tomar suas contas.
  • Spyware: ou “malware espião” (ou “vírus espião”), são vírus usados para invadir seu celular e roubar seus dados e informações; eles também garantem acesso direto ao telefone da vítima.
  • Evil twin networks: são redes falsas que copiam pontos de conexão legítimos; em geral, atuam como redes públicas de Wi-Fi às quais os mais desavisados acabam se conectando – aí, apresentam ao usuário uma página para “autenticação” na rede, e nestas páginas falsas acabam roubando os dados da vítima, até mesmo com cabos USB em estações de recarga de bateria.
  • Websites falsos: muitos golpistas usam websites praticamente idênticos a páginas legítimas (como páginas de bancos e instituições do governo, por exemplo); nelas, a vítima acaba preenchendo formulários e entregando dados pessoais.

Esses são apenas alguns métodos principais de invasão do seu celular e de roubo das suas informações. Há, todos os dias, uma série de novas táticas de crimes virtuais e de malware. Por isso, é essencial se atualizar sobre o assunto.

Um exemplo comum dessas táticas criminosas são as fraudes cometidas por aplicativos de mensagens, como o Telegram. É recomendável, então, que os usuários se familiarizem com como esses golpes do Telegram funcionam para se proteger.

Outra questão recorrente sobre o assunto que merece destaque é se “é possível ter a câmera do celular hackeada”. Em resumo, sim. Nos dispositivos com sistema Android, há uma brecha de segurança recentemente descoberta que permite que o aplicativo da câmera seja invadido e usado para espionar a vítima. A falha, quando usada por hackers, permite tirar fotos e até gravar vídeos – sem falar na possibilidade de registrar os dados de localização fornecidos pelo GPS do sistema (sem a vítima saber de absolutamente nada).

Como saber se o cartão SIM do seu celular foi hackeado?

O cartão SIM (Subscriber Identity Module, módulo de identidade do assinante) é um chip usado para identificar, armazenar e controlar dados de aparelhos celulares com tecnologia GSM. São os famosos chips para celular e são usados para sua identificação junto à operadora de telefonia.

Muitos cibercriminosos usam métodos para clonar o cartão SIM (principalmente através de SIM Swap). A clonagem de celulares é uma das maiores ameaças à privacidade e aos dados das pessoas.

Ao clonar o SIM, os hackers criminosos conseguem invadir o WhatsApp e outros aplicativos, entrar em redes sociais, realizar autenticações através do número da vítima e, assim, acessar suas contas pessoais. Os cibercriminosos também usam spyware para realizar a clonagem do cartão, realizando o processo após invadir o dispositivo da vítima.

Estes são alguns sinais que podem te ajudar a perceber se você foi vítima de clonagem de SIM:

  • Perda de sinal: se seu celular perder o sinal de forma abrupta, então seu SIM pode ter sido clonado, te impedindo de fazer ligações, enviar SMS e acessar a internet móvel do seu aparelho.
  • Rastreador que indica uma localização diferente: rastreadores fornecidos pela Xiaomi, Apple, Google, Samsung e outras fabricantes são seus maiores aliados neste tipo de situação, e este rastreio é feito pelo SIM. Se o local indicado é diferente da localização real do seu dispositivo, então seu SIM pode ter sido clonado, o que gera a diferença de local.
  • Perda de desempenho: lentidão, demora para inicializar e executar funções simples, maior consumo de bateria e de pacote de dados móveis são sinais que indicam que seu SIM pode ter sido clonado. Isto ocorre porque muitos cibercriminosos primeiro infectam o aparelho da vítima para depois realizar o processo de clonagem, e estes vírus prejudicam diretamente a performance dos aparelhos.
  • Mudança na portabilidade: se você receber um aviso sobre solicitação de portabilidade sem ter feito a requisição, então pode indicar a tentativa dos golpistas de realizar a clonagem do seu SIM através da tática de SIM swap.

Como descobrir quem hackeou seu celular?

Descobrir o autor do ataque ao seu dispositivo pode ser bem difícil, especialmente porque a maioria das infecções acontecem de maneira não direcionada, isto é, você não é um alvo selecionado, mas apenas um entre muitos.

De qualquer maneira, você pode tentar identificar o aplicativo ou mesmo o indivíduo causador das atividades maliciosas ao analisar arquivos suspeitos, números de telefone ou contatos de redes sociais que você não conhece, mas que interagiram com você pouco antes dos problemas surgirem.

Caso você identifique uma conta ou usuário que possa ter infectado seu dispositivo, é recomendável fazer uma denúncia às autoridades competentes para evitar que outras pessoas sejam vítimas do mesmo autor.

Note também que, por menos intuitivo que pareça, às vezes o infrator é alguém que tem acesso físico ao seu celular. Por isso é importante sempre manter seus aparelhos e contas protegidos com senhas fortes.

O que fazer se seu celular foi hackeado?

Caso perceba que seu aparelho sofreu um ataque de hackers, siga os seguintes passos:

  1. 1.Altere todas as suas senhas, desde as das redes sociais até as da sua conta bancária. Invista em combinações totalmente novas e difíceis de serem adivinhadas para maior segurança.
  2. 2.Faça uma varredura no aparelho usando um programa antimalware de confiança. Isso ajudará você a detectar e remover quaisquer aplicações e processos maliciosos que estejam sendo executados.
  3. 3.Desligue os dados móveis e o Wi-Fi quando não precisar da internet. Muitos vírus necessitam de uma conexão ativa para suas atividades. Além disso, a estratégia evita que aplicativos infectados gastem seu pacote de dados.
  4. 4.Desinstale todos os aplicativos suspeitos. Caso não encontre nada evidentemente suspeito, é aconselhável excluir os programas instalados imediatamente antes que os problemas surjam. Recentemente, aplicativos baixados de páginas não confiáveis têm sido usados para a prática do golpe do Pix, então é importante ficar de olho!
  5. 5.Avise seus contatos sobre uma possível invasão. É comum que vírus usem o celular da vítima para espalhar mensagens e arquivos maliciosos aos contatos do aparelho.
  6. 6.Faça uma restauração de fábrica. Caso os problemas ainda persistam depois de todos esses passos, proceda com a restauração do celular. Isso vai apagar todos os arquivos do aparelho e, assim, livrá-lo de qualquer tipo de vírus.

Outro passo importante para solucionar problemas de invasão e comprometimento do aparelho é iniciá-lo no modo de segurança.

Após essas etapas, seu dispositivo estará livre de ameaças, mas ainda será importante dedicar atenção à prevenção de novas infecções. Uma dúvida comum, neste sentido, é: “O celular está seguro quando está desligado?”. A resposta é não. Embora seu aparelho não possa ser hackeado enquanto desligado, ainda existem meios de os agentes maliciosos realizarem ataques, controlarem ou roubarem suas informações pessoais. Então, não confie muito nisso.

Como evitar que seu celular seja hackeado?

Felizmente, há várias medidas que você pode tomar e que aumentam significativamente sua segurança digital, evitando os problemas que foram mostrados aqui. Veja algumas:

  • Tenha um bom antivírus no seu celular. Com aplicativos de defesa adequados, como antivírus e firewall, você consegue não apenas evitar diversos tipos de ataques, mas também remediar eventuais problemas que já existam no aparelho.
  • Mantenha todas as atualizações em dia. Possuir a versão mais recente do sistema operacional e dos aplicativos que você usa garante que quaisquer problemas de segurança detectados anteriormente estejam corrigidos.
  • Não baixe aplicativos de fontes desconhecidas. O download voluntário de aplicativos e arquivos corrompidos é um dos maiores causadores de problemas em termos de infecção por malware. Busque sempre adquirir seus programas de plataformas confiáveis, como a Play Store e a Apple Store.
  • Use senhas fortes para todas as suas contas. Manter códigos de acesso complexos e difíceis de serem adivinhados é imprescindível para que ninguém consiga acessar seu dispositivo e suas informações digitais.
  • Cuidado com promoções e ofertas boas demais. Muitos hackers usam de anúncios irresistíveis, seja por meio de mensagens de texto, e-mails ou pop-ups, para atrair suas vítimas e roubar seus dados. Então desconfie sempre de promessas milagrosas.
  • Desligue seu Bluetooth. Se não estiver usando a função, mantenha-a desativada para que não seja usada como porta de entrada por agentes maliciosos.
  • Confira seus aplicativos regularmente. Ao menor sinal de algum programa que você não se lembra de ter instalado, exclua-o imediatamente e faça uma varredura com seu antivírus. (Saiba mais sobre como desinstalar aplicativos indesejados).
  • Cuidado ao fazer suas compras online. Muitos usuários se perguntam se o AliExpress é confiável, se o Temu é seguro e se outras plataformas de compras são adequadas. Todos estes questionamentos são legítimos, e é fundamental ter cuidado com os anúncios feitos até mesmo em plataformas seguras. Ao fazer suas compras online, verifique a reputação do vendedor e não clique em links ou arquivos enviados em anexo (afinal, eles são muito usados em golpes de phishing).
  • Cuidado com o que você acessa nas redes sociais. mídias sociais são muito importantes por uma série de fatores, mas é fundamental ficar alerta sobre os perigos das redes sociais. Cuidado com os links que você clica, o conteúdo que você acessa e as mensagens que você recebe. Em muitos casos, você pode ter seu Facebook hackeado, seu Instagram hackeado ou qualquer outro tipo de conta violada por cibercriminosos que, além de expor seus dados pessoais, podem usar seu perfil para uma série de práticas criminosas e invadir seu dispositivo.
  • Use uma VPN profissional. Com um software VPN robusto, você garante mais proteção para a sua conexão. Ao usar o serviço de VPN que oferecemos, você garante um nível superior de privacidade e proteção para todos os seus dispositivos. Além disto, a NordVPN oferece a funcionalidade de Proteção contra Ameaças, que ajuda a identificar e bloquear conteúdo malicioso (como páginas de phishing, por exemplo).

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author Bozena png

Božena Voitkevič

Božena é gerente de conteúdo com ampla experiência em cibersegurança e apaixonada pela proteção da privacidade online. Ela acredita que é possível tornar a Internet um lugar mais seguro para todos e busca maneiras de alcançar esse objetivo.