O seu IP: Sem dados · O seu estado: ProtegidoDesprotegidoSem dados

Avançar para o conteúdo principal

Cyberbullying: o que é e como pará-lo

O cyberbullying é um problema específico do nosso tempo e que não irá desaparecer. Porém, proteger os seus filhos contra ameaças virtuais não tem de ser tão difícil como se possa pensar. É necessário ensinar os mais novos a usar a internet e a defenderem-se dos seus perigos, sendo o cyberbullying um deles. Saiba como fazê-lo.

Cyberbullying: o que é e como pará-lo

O que é o cyberbullying?

O cyberbullying, ou assédio virtual, é uma prática que envolve o uso de tecnologias de informação e comunicação para dar apoio a comportamentos deliberados, repetidos e hostis praticados por um indivíduo ou grupo com a intenção de prejudicar o outro. Tem-se tornado cada vez mais comum na sociedade, especialmente entre os jovens.

Os exemplos de cyberbullying são típicos:

  • Partilhar fotos, mentiras ou boatos sobre alguém nas redes sociais;
  • Humilhar ou ameaçar, via mensagens;
  • Publicar posts ou enviar mensagens falsas em nome da vítima, roubando-lhe uma conta ou criando uma conta falsa com os seus dados.

As motivações para o ciberbullying (também se aceita esta grafia alternativa, com “i” no lugar do primeiro “y”) não são diferentes das do bullying “tradicional” ou “físico”. Trata-se apenas da vertente online de um problema que também pode, por vezes, manifestar-se “cara a cara”.

Que tipos de cyberbullying existem?

Vejamos as principais manifestações de assédio virtual.

Assédio /Cyberstalking

Cyberstalking

A vítima recebe continuamente mensagens com provocações, humilhações e ameaças. Frequentemente recebe estas mensagens através de diferentes canais: em diferentes contas de redes sociais, em aplicações de chat ou até nas salas de chat de jogos online (onde cada jogador cria uma conta individual). O(s) bully(ies) frequentemente persegue(m) a vítima virtualmente, tentando descobrir em que plataforma online ela poderá estar a seguir. Uma criança ou adolescente que faça vídeos de streaming de jogos (no YouTube, por exemplo) poderá receber mensagens agressivas no sistema de mensagens privadas ou nos comentários (públicos) aos vídeos publicados.

Fraping

Fraping

A palavra deriva de “frape”, que por sua vez vem da mistura de “Facebook” e “violação”. É relativamente fácil que, entre amigos, uma partilha descontraída de aparelhos permita a uns aceder às contas de redes sociais de outros, permitindo publicar mensagens estranhas ou ofensivas em seu nome. Não são necessárias técnicas elaboradas de engenharia social para que tal aconteça (como sucede entre adultos e com cibercriminosos à mistura).

A outro nível, “fraping” é um lamento frequente de figuras públicas após a publicação de mensagens polémicas. A alegação é que as contas terão sido “hackeadas”, tendo sido o hacker a publicar tais mensagens.

Em geral, os praticantes de cyberbullying são outros jovens; não têm conhecimentos para instalar malware nos telemóveis das vítimas ou para lhes roubar passwords. Mas se roubarem o telemóvel por momentos sem que a vítima se aperceba, poderão aceder-lhe à conta do TikTok ou do WhatsApp, publicar mensagens e devolver o telemóvel de imediato.

Catfishing

Catfishing

O catfishing entre menores não é diferente do que é praticado por adultos. O agressor adota uma identidade falsa para entabular conversa com a vítima e extrair-lhe dados pessoais. Se é verdade que entre crianças ou jovens não é provável que o catfishing resulte em roubo ou desvio de dinheiro da vítima para o criminoso (como sucede entre adultos), também é verdade que esta prática é mais fácil de fazer entre pessoas que se conhecem. O bully já sabe o suficiente sobre a vítima para o levar a dizer ou fazer coisas que o deixem lesado ou humilhado.

Trolling

Esta é certamente a mais conhecida das formas de bullying virtual. Trata-se de comunicar com a vítima de forma a deixá-la irritada, zangada ou humilhada. Não se trata de usar artifícios especiais, como no caso do cyberstalking ou do catfishing; uma simples mensagem ou comentário, concebido para magoar ou arreliar a vítima, servirá os intentos do agressor. Um simples insulto basta, embora o “troll” frequentemente recorra a “bocas” ou dichotes mais acintosos.

Outing

Outing

O outing refere-se à prática de revelar publicamente informação sensível ou embaraçosa para a vítima. Eis mais um comportamento que sempre foi possível; de resto, na era pré-digital um rumor maldoso espalhar-se-ia rapidamente numa comunidade escolar ou similar. Porém, na era digital não só a informação se espalha ainda mais rapidamente como as “provas” que forem espalhadas são difíceis de apagar.

Enurese noturna, erros infantis (que seriam compreensíveis por parte de adultos mas que se tornam embaraçosos entre pares), ou uma orientação sexual minoritária (num contexto social de rejeição dessa orientação) são exemplos de informação que um cyberbully pode querer divulgar.

Exclusão

Exclusão

Novamente, tal como no “mundo físico” é possível que um ou mais “líderes sociais” se organizem e pressionem um grupo a excluir uma vítima, o mesmo pode ser feito em ambiente virtual. Ao ponto de a vítima ser banida do convívio ou contacto em grupos de chat, fóruns ou outros meios coletivos de encontro virtual.

Como detetar o cyberbullying?

Poucas vítimas de bullying denunciam imediatamente o que se passa – se tivessem ânimo para o fazer, tentariam encontrar formas de se defender. A vítima precisa de ajuda para se defender de um agressor, mas é necessário estar-se atento a diferentes sinais. A criança ou adolescente poderá estar a ser vítima de bullying virtual se:

  • Parecer irritado, humilhado, depressivo ou triste sem razão aparente (lembre-se que o bullying pode igualmente estar a acontecer fisicamente na escola, simultaneamente com o assédio online);
  • Deixar de usar a internet (computador ou telemóvel) subitamente e sem razão aparente;
  • Recusar-se a ir para a escola ou (mais fácil de justificar) para convívios com pares extraescolares (atividades desportivas, etc.);
  • Mostrar-se evasivo sobre as suas atividades online.

Note que a criança ou adolescente pode igualmente ser o perpetrador de cyberbullying. Já reparou se o jovem:

  • Passa tempo online, rindo-se com frequência mas sem nunca explicar concretamente o que faz?
  • Usa várias contas online, numa ou em diferentes plataformas?
  • Esconde as suas atividades online (no computador ou no telemóvel)?

Como combater o cyberbullying?

O combate ao problema divide-se em duas categorias de medidas: a teórica e a prática. Em ambos os casos, a mensagem deve adequar-se à idade do jovem.

Medidas teóricas: o trabalho de casa

Educação. Ensine o jovem a não falar com estranhos na internet, a guardar registos das mensagens que recebe e a proteger a sua privacidade online. Deve também observar as regras da netiqueta e limitar o que partilha online, optando por expor o mínimo de informação (fotos, etc.) possível. Ensine-os a criar passwords difíceis e a não partilhá-las com ninguém. A cibersegurança não é um “frete”, pelo contrário; é uma ferramenta de empoderamento, que pode ser divertida e entusiasmante para o jovem.

Se tiverem idade para tal, poderá ensinar-lhes o que é uma VPN e como funciona a ferramenta de Proteção Contra Ameaças Pro da NordVPN. Tais ferramentas poderão não ser prioritárias para se defender de um colega maldoso, mas a criança ou adolescente entenderá que a cibersegurança é um instrumento sério e que também os adultos precisam de ferramentas para estarem seguros nas redes sociais e na internet em geral.

Comunicação aberta. Até pode acontecer que o jovem não queira abrir-se consigo, mas dê o primeiro passo. Mostre que percebe do assunto, que o jovem não tem de enfrentar problemas sozinho e que a solução poderá ser mais fácil do que ele imagina. Não o pressione – isso vai colocá-lo “entre dois fogos”, o que é o oposto do que se pretende.

Medidas práticas: o teste

  • O jovem deve ignorar o troll. Quanto mais se responde, mais força se lhe dá.
  • Conserve provas das situações de assédio virtual, com “prints” e anotações de datas e horas.
  • Denuncie situações mais graves, como o catfishing ou cyberstalking. Contacte a escola, a direção do clube ou, no limite, as autoridades policiais. O cyberbully é um bully; se não for enfrentado, julgar-se-á com força para continuar. Use os registos como provas.
  • Se estiver na fase de deteção do problema e ainda não tiver falado com o jovem, instale programas ou apps que permitam controlar a utilização que ele faz da net. Não deixe, porém, de respeitar a sua privacidade; deverá ser ele a revelar o que se passa, e não a ser confrontado com uma violação de privacidade.

Esteja alerta

As razões para o bullying em ambiente virtual são as mesmas do bullying “normal”, aliás, “físico”. Crianças e jovens que se distingam pela timidez, por uma orientação sexual diferente, por uma característica física ou psicológica ou algo semelhante são “presas” para bullies que, pesem outros fatores sociais (famílias disfuncionais, etc.), procuram no bullying uma forma de se afirmarem socialmente.

Para a vítima, trata-se de um ciclo vicioso: a tristeza e a depressão são consequência de bullying virtual e “atraem” o bully a continuar a agredir. A vítima poderá chegar a ter ataques de pânico ou episódios duradouros de depressão e de fraca autoestima.

A segurança online começa com um clique.

Fique em segurança com a principal VPN do mundo