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Netiqueta: regras de etiqueta online para utilizadores de internet

Netiqueta é um conjunto de regras de bom comportamento ao comunicar online. Respeitar as opiniões e a privacidade das pessoas e evitar polémicas são algumas das regras não escritas que contribuem para um ambiente digital saudável e uma comunicação mais eficiente. Saiba mais sobre a etiqueta na internet, melhor comunicação e bons relacionamentos online.

Netiqueta: regras de etiqueta online para utilizadores de internet

O que é a netiqueta

Netiqueta (do inglês “network” e “etiquette”) é um tipo de etiqueta digital que se recomenda observar ao usar a internet. A palavra pode ser considerada como gíria, decorrente da fusão de duas palavras: o termo inglês net (que significa rede) e o termo etiqueta (conjunto de normas de conduta sociais).

Podemos então dizer que a netiqueta (net + etiqueta) é um conjunto de normas de conduta na internet para manter a boa convivência das pessoas no ambiente virtual, respeitando os direitos e deveres de cada um. Desta forma, a netiqueta é um guia para facilitar a comunicação das pessoas no ciberespaço.

A história da netiqueta

O conceito surgiu nos primeiros dias da internet, quando as pessoas começaram a comunicar através de e-mails, nos primeiros fóruns e em salas de chat. Relatos apócrifos indicam que o termo “netiquette” terá surgido como uma piada no início dos anos 80, entre os próprios utilizadores, quiçá para glosar o contraste entre o formalismo do conceito tradicional de etiqueta e a informalidade própria e inerente às comunicações através de computadores. O que é certo é que o termo é anterior à proposta de criação da World Wide Web por Tim Berners-Lee em 1989.

A massificação da internet trouxe imensas transformações à vida social, e entre elas o facto de a comunicação digital atingir uma importância previamente impensável. Fenómenos como o cyberbullying, o ghosting ou a simples exasperação de quem encontra, frequentemente, desconhecidos a comportar-se de forma rude online provam que as regras de netiqueta são absolutamente necessárias. E são também – e acima de tudo! – como veremos, vantajosas para os próprios que as aplicam.

Regras gerais de netiqueta

A boa netiqueta caracteriza-se pelo respeito, cortesia e profissionalismo. Por exemplo, eis uma dica que já todos conhecem: em geral, devemos evitar escrever mensagens ou palavras individuais com letras maiúsculas, mesmo que a intenção seja enfatizar ou sublinhar um trecho, pois considera-se que isso é o equivalente a falar em voz alta e de forma rude.

Mas que outras regras podemos observar?

Regras da netiqueta na utilização do e-mail

  • Escreva o título do e-mail de forma clara e objetiva.
  • Escreva uma saudação inicial, de acordo com o grau de formalidade exigido pela situação.
  • Comece o texto do e-mail pelo mais importante.
  • Não se justifique quanto às razões para estar a enviar a mensagem.

Prioridade ao mundo físico, isto é, às pessoas à sua frente

Vasculhar o feed do Tik Tok, do Instagram ou as mensagens do WhatsApp a meio de um almoço ou de um café com um amigo torna-se aborrecido para a pessoa que está consigo. Já é de bom tom recusar-se a pegar no telemóvel enquanto está a reunir com alguém.

Cuidado com a tentação de puxar do telemóvel para mostrar um conteúdo à pessoa que está consigo (um vídeo, um artigo informativo, etc.). Corre o risco de ser puxado pelo “vórtice” de distração interminável que a internet constitui.

Limite o que partilha

Partilhar demasiada informação é extremamente perigoso. Divulgar fotografias pessoais, hábitos, formas de lazer, costumes e hábitos regulares (por exemplo, divulgar publicamente que costuma participar num troféu desportivo amador e que a sua casa fica vazia por várias horas quando esse troféu decorre) – tudo isso ajuda potenciais criminosos que queiram atacá-lo.

No mesmo sentido, se divulgar demasiada informação pessoal sobre si poderá mais facilmente ser vítima de catfishing, roubo de identidade ou outras formas de cibercrime. Os seus dados podem, inclusive, ir parar à dark web e ser agregados a bases de dados compradas e vendidas por cibercriminosos para lançar ciberataques em grande escala.

Reveja as suas mensagens antes de enviar

É desagradável, para quem recebe uma mensagem, ter de decifrar por entre um conjunto de erros ortográficos, palavras em falta (por ter escrito muito rápido) e outras omissões. Antes de clicar no “ok” ou no “send” para enviar a sua mensagem, seja um chat curto ou um longo e-mail, reveja o texto que vai enviar. Facilitará a comunicação e o entendimento.

Responda rapidamente a e-mails e mensagens

Mesmo que não tenha tempo para dar uma resposta concreta ou definitiva, não deixe o emissor na expectativa. Diga-lhe que recebeu a mensagem e responderá mais tarde – como o faria via telefone.

Mas se se tratar de spam ou mensagens importunas, não tenha pejo em ignorar ou bloquear.

Evite o spam

Não são só as empresas que enviam spam. As pessoas também o fazem a nível particular. Por vezes fazem convites (“invites”) através de redes como o Facebook relativas a um evento ou projeto sem interesse para a pessoa que o vai receber.

Respeite a privacidade de terceiros

O envio de um e-mail para uma lista de contactos é por vezes feito no “Para:” ou no “CC:” em vez de ser no “BCC”, que ocultaria os endereços de quem vai receber. Os destinatários não devem, nem precisam, ficar a conhecer os e-mails de todos os outros destinatários. A divulgação em massa de e-mails ajuda cibercriminosos a lançar ataques de engenharia social passíveis de fazer vítimas.

Netiqueta nas redes sociais

Às redes sociais (e incluímos aqui as salas de chat, nomeadamente o WhatsApp que é atualmente a grande ferramenta de comunicação instantânea a nível mundial) aplicam-se as regras gerais que vimos anteriormente. Mas podemos acrescentar algumas regras específicas de netiqueta nas redes sociais, e que contribuem especialmente para um bom ambiente online.

Não partilhe demasiado

Já vimos que reter informação é mais seguro, mas há outro motivo para não partilhar demasiado: não aborrecer os seus interlocutores. Vivemos num ambiente digital superpovoado com conteúdos. Talvez os seus amigos ou conhecidos não queiram ler, ver ou saber todas as notícias, piadas, links, vídeos e notas que lhe apeteça partilhar com toda a gente.

Tal é especialmente relevante em grupos de WhatsApp dedicados a um certo tema, onde boa parte dos participantes não apreciará “mudanças de assunto”, principalmente se forem introduzidos temas polémicos ou divisivos.

Seja bombeiro, controle as “chamas”

Certamente que temos o direito de discordar, mas vale a pena manter a discussão dentro dos limites de cortesia. Não diga algo de que possa arrepender-se mais tarde; lembre-se de que tal é muito mais fácil em meio digital que cara a cara. Siga um princípio: diria tal coisa à pessoa se estivesse frente a frente com ela? Se não, não o diga também só porque o faz através da net.

Atenção, novamente, à privacidade dos outros

Partilhar fotos ou detalhes de um evento nas redes sociais parece um ato inocente, mas talvez os outros participantes nesse evento não estejam tão interessados em que se saiba as circunstâncias da sua participação. Sabe-se que é assim que o Facebook consegue construir perfis (inclusive com fotos) de pessoas que nunca abriram conta na rede social, por exemplo. Se tenciona partilhar fotos de um evento, pergunte às pessoas se estão de acordo.

Não use sarcasmo nem ironia

A ironia e o sarcasmo vivem muito da interação frente a frente e do contexto. Quando falamos pessoalmente, a ironia transmite-se através de mudanças no tom de voz, de expressões faciais e de gestos. Em linguagem escrita, mas mais “lenta” que as dos chat (em artigos de opinião, por exemplo), há um contexto partilhado a ligar o autor e o leitor que faz com que humoristas como Ricardo Araújo Pereira e Joana Marques possam recorrer à ironia sem receio de que os leitores não a compreendam. (E, mesmo assim, nem todos os leitores compreendem, nomeadamente os visados.)

Já nas redes sociais, a ironia geralmente perde-se e não funciona, quer para interlocutores dos quais discordamos, quer com aqueles com que concordamos.

Verifique as fontes antes de partilhar

A desinformação é uma praga dos nossos tempos. Consulte informação veiculada apenas por fontes fidedignas. Não acredite em tudo o que vê na internet apenas porque recebeu algo que vai ao encontro das suas ideias ou convicções.

Se lhe enviaram um vídeo com uma situação escandalosa que não surgiu nos noticiários, em vez de reencaminhar para a sua rede de contactos, encaminhe para as autoridades e para jornais ou meios de comunicação social da sua confiança. Isso ajudará a esclarecer a situação.

Netiqueta para crianças

As crianças já nascidas na era digital – os chamados “nativos digitais” – têm uma relação com a internet e com as tecnologias de informação e comunicação desde muito cedo. À medida que utilizam telemóveis e tablets para jogar, ou que usam os computadores portáteis para aceder às suas contas escolares e, a partir daí, ao YouTube, a sites de jogos online, etc., é fundamental que aprendam as regras essenciais de utilização dos mesmos logo que possível. Além das regras de netiqueta, é importante que aprendam também que tipo de ameaças online existem e a importância da privacidade dos seus dados pessoais.

Instrua os seus filhos nestes temas desde o início. Explique que não devem nunca ceder as suas passwords a amigos, conhecidos ou estranhos. E que também não devem fazê-lo relativamente a outros dados como o seu número de telemóvel, a morada de casa ou em que escola estudam.

Assegure-se que os nomes de utilizador adotados pelas suas crianças não revelam o seu nome verdadeiro; em vez de andremariano ou sofiasilva, eles deverão usar nomes enigmáticos, como boolend43 ou blueyfanpt21.

Ensine-os a serem céticos e a desconfiarem sistematicamente de estranhos na internet, tal como o fariam pessoalmente. É melhor falar com eles previamente do que lidar mais tarde com as consequências.

Note que, para ensinar estas medidas de segurança, não precisa de recorrer à clássica ameaça do bicho-papão; pode, em vez disso, passar a ideia de que a proteção é como um jogo que a criança deverá levar tão a sério como os jogos que joga habitualmente. Adotar o nome blueyfanpt21 e estar anónimo na internet pode ser mais divertido do que usar o nome verdadeiro. Tudo depende da criança e do seu estilo de educação.

Simultaneamente, ensine-lhe desde já regras de netiqueta propriamente ditas. Mostre-lhe a importância da polidez e da cortesia ao lidar com colegas, professores e estranhos na internet – principalmente porque as crianças, como sucede com os adultos que usam certas redes sociais como o Twitter, rapidamente despertam para o “poder” que o anonimato lhes dá e podem rapidamente esquecer regras de cortesia. Ensine-lhes a importância de respeitar o horário do professor e de ter todos os materiais prontos antes de começar uma eventual aula online.

Porque é a netiqueta importante?

As regras da netiqueta são tão importantes como as normas de cortesia, civilidade e bom comportamento no mundo físico (evitemos dizer “mundo real” porque o ciberespaço é tão real como o físico; a diferença está no facto de ser virtual). Se todos observarem um código de conduta, se procederem com respeito e consideração pelo próximo, criamos um espaço de interação, uma sociedade e um mundo melhores (mais fácil e mais agradável) para todos.

Os últimos anos deixaram a impressão de que a internet é uma espécie de faroeste onde tudo é permitido. Porém, sejamos otimistas e realistas; no futuro será cada vez menos assim. E não se trata apenas do esforço dos legisladores, nacionais e europeus, para regular o uso da tecnologia (veja-se o exemplo do Regulamento Geral de Proteção de Dados). À medida que as pessoas se forem apercebendo dos problemas causados pelo uso irregular ou abusivo da internet, a sociedade tenderá, natural e organicamente, a corrigi-los.

As gerações de nativos digitais estarão provavelmente mais alerta para fenómenos como os ataques de phishing ou o ciberstalking e quererão que a sua utilização da internet seja mais construtiva. Eventualmente lidarão de forma mais natural com “trolls”, ignorando-os em vez de os “alimentarem”. E a adoção generalizada de regras de netiqueta será provável – tal como os hábitos de condução na estrada, por exemplo, melhoraram enormemente nas últimas décadas em Portugal.

Para proteger a sua privacidade será também importante usar uma VPN de modo a proteger informação pessoal sensível contra olhares curiosos e a manter as suas atividades discretas. É provável que, no futuro, usar uma VPN seja tão habitual e corriqueiro como usar outros instrumentos e ferramentas de proteção, como capacetes e cintos de segurança (na estrada) ou alarmes (em casas e escritórios).

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