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O que é fake news? Origens, exemplos e perigos

As preocupações com a disseminação de desinformação geram uma série de debates nas democracias ao redor do mundo. No Brasil, o Projeto de Lei 2630/20 tem como objetivo combater as fake news e há uma discussão intensa em torno do tema. Mas o que são fake news? Quais as origens delas? E os riscos? Aqui, nós vamos responder estas e outras perguntas extremamente importantes sobre desinformação.

O que é fake news? Origens, exemplos e perigos

O que são as fake news?

Fake News é uma expressão em inglês que pode ser traduzida simplesmente para ‘’notícia falsa’’ (ou notícia mentirosa). De forma geral, ela abrange qualquer informação mentirosa ou enganosa.

Então, fake news é um termo que pode ser usado para qualquer propaganda, notícia, texto, artigo, livro ou qualquer tipo de conteúdo com informações falsas, manipulativas e todo tipo de desinformação.

As notícias falsas são usadas por grupos e pessoas com objetivos e propósitos distintos: manipular a opinião pública; condicionar comportamentos; favorecer ou atacar uma pessoa, grupo, empresa ou governo; forçar uma agenda; disseminar uma ideologia e muitas outras coisas.

Apesar de recente, o termo fake news pode ser usado para designar campanhas de desinformação ao longo de toda a história humana. Afinal, espalhar mentiras para prejudicar inimigos e favorecer aliados é algo que faz parte do percurso da nossa espécie em diferentes épocas e culturas.

Só que, hoje, graças ao potencial de disseminação rápida, as fake news já se transformaram em um dos principais perigos da internet, e com potenciais negativos extremamente fortes. Há uma intensidade bem significativa de fake news nas redes sociais, por exemplo.

Elas conseguem se propagar em uma velocidade sem precedentes e, por isto mesmo, são algo que vai muito além de um simples boato.

Quais os tipos de fake news?

Nós podemos dividir as notícias falsas em 7 categorias ou tipos principais:

  • Conteúdo satírico: é o tipo mais ‘’leve’’ de fake news. Estes conteúdos não são criados com o objetivo principal de prejudicar pessoas ou disseminar mentiras, já que são conteúdos humorísticos e visivelmente satíricos ou de paródia. Mesmo assim, este tipo de conteúdo pode causar confusão e desinformação nas pessoas menos informadas ou que não têm acesso ao contexto das piadas e do humor usado nestes materiais.
  • Conteúdo enganador: este é um tipo intencional de fake news, diferente do conteúdo de humor. São informações criadas com o propósito específico de causar desinformação e espalhar mentiras.
  • Conteúdo impostor: nesta categoria, as fake news não só espalham mentiras como também se passam por fontes genuínas e reais, tudo para dar mais credibilidade às desinformações.
  • Contexto falso: este tipo de fake news usa conteúdo verdadeiro, mas distribuído de forma distorcida e/ou adulterada, sem o contexto verdadeiro.
  • Contexto manipulado: é bastante parecido com o tipo de conteúdo da categoria anterior, com o elemento adicional de manipular os contextos e distorcer o sentido das informações, mesmo quando elas são verdadeiras.
  • Conteúdo fabricado: são as fake news criadas 100% ‘’do zero’’, completamente falsas e feitas especificamente para enganar as pessoas e disseminar mentiras.
  • Conexão falsa: são fake news feitas usando manchetes, ilustrações, títulos e legendas que não confirmam o conteúdo delas, ou seja, quando usam fontes reais, mas destacam uma desinformação ou um conteúdo adulterado em primeiro plano.

Como as fake news se espalham?

As notícias falsas se espalham com uma velocidade imensa principalmente na internet.

Aplicativos de mensagens instantâneas e redes sociais são as principais fontes de disseminação de desinformação, mas a mídia tradicional também pode ser usada (e é usada) para transmitir fake news, apesar de ser considerada como mais confiável.

Primeiro, as notícias falsas são criadas por uma pessoa ou um grupo de pessoas. Depois, elas são compartilhadas e disseminadas. No geral, as pessoas compartilham as notícias falsas depois que alguém de um círculo social próximo (como parentes, amigos, membros do mesmo grupo político ou religioso, por exemplo) ter feito o compartilhamento.

Como elas são disseminadas por pessoas conhecidas, isto garante às fake news um aspecto de credibilidade. E, na maioria dos casos, as pessoas não verificam as informações antes de fazer o compartilhamento destes tipos de conteúdo.

Há várias formas de disseminação de fake news:

  • Através de contas e perfis de bots, criadas para se passar por pessoas reais ou contas humanas fake. Algumas destas contas usam uma mistura de contas fake (falsas) e mensagens automáticas em contas hackeadas ou roubadas, o que facilita a propagação de fake news.
  • Por meio da aproximação com grupos e organizações, como organizações não-governamentais, grupos e fóruns na internet, influencers de mídias sociais e outros nichos que dão apoio à causa. As notícias falsas são fabricadas sob medida para atender as crenças de determinado grupo, então a aproximação com os nichos deste grupo garante que a mentira será disseminada. Afinal, por qual motivo você iria desconfiar de algo que confirma suas opiniões e crenças?
  • Com plataformas de mídia controladas pelo governo, que ajudam a viralizar stories, artigos, textos, vídeos e áudios criados para reforçar a ideologia de regimes opressivos, além de silenciar e atacar narrativas de oposição. Esta é uma estratégia bastante usada em países autoritários. Como estas plataformas são controladas pelos governos, não há qualquer garantia de credibilidade por parte do que elas disseminam – e que pode ser considerado como propaganda, ao invés de informação.
  • Com o uso de diferentes tipos de mídia para disseminar a desinformação, como vídeos, textos, websites falsos, postagens em mídias sociais, comentários feitos por bots (ou até mesmo por usuários humanos), conteúdo feito por influencers e até mesmo memes, além de vários outros formatos. As opções se tornaram ainda mais vastas agora com a ampla utilização da inteligência artificial, que pode ser usada na criação de conteúdos para diversas finalidades, mas que, infelizmente, além de ter a tendência a fornecer informações imprecisas, pode também ser usada para imitar o estilo de escrita de alguns autores em particular, levantando preocupações quanto à segurança do ChatGPT e de outras plataformas do tipo. De uma forma geral, é preciso considerar que fake news são extremamente voláteis e adaptativas porque não ficam presas a um formato único, diferente dos métodos tradicionais de jornalismo e imprensa.
  • Por meio das plataformas certas, como o Facebook, por exemplo – que é uma das plataformas de mídias sociais mais usadas para disseminar desinformação, seguido pelo Twitter, pelo Instagram, WhatsApp e YouTube, que são as cinco maiores plataformas de mídias usadas para espalhar fake news, respectivamente. Especialistas em segurança cibernética alertam sobre os perigos até mesmo da Inteligência Artificial, da Realidade Virtual e da Internet das Coisas serem utilizados para propagar propaganda, desinformação e mentiras.
  • Através das tecnologias de deepfake, que se tornam métodos cada vez mais eficientes para criar desinformação e fake news na forma de vídeos, o que torna este tipo de mídia muito mais convincente e com potenciais muito mais perigosos. Diferente de textos, os vídeos de deepfake conseguem enganar até mesmo usuários mais críticos. Um dos exemplos mais impressionantes de deepfake é o vídeo atribuído ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, pedindo que as tropas da Ucrânia se rendessem aos russos. O vídeo falso enganou uma quantidade imensa de pessoas e até de canais de notícias.

Estes são só alguns dos métodos usados para espalhar notícias falsas. Para os usuários, é cada vez mais difícil discernir entre o que é real e o que é falso, o que é verdade e o que é mentira. Estamos na chamada era do pós-verdade.

Exemplos de fake news

Em um mundo cada vez mais interconectado, as notícias falsas são um problema global. Só no Brasil, a cada 10 pessoas, 4 afirmam que recebem fake news diariamente. Entre as pessoas que verificam as fontes, este número sobre para 6 a cada 10 pessoas.

É praticamente impossível listar todas as notícias falsas disseminadas incessantemente no Brasil e no mundo, mas nós separamos alguns exemplos de fake news para ilustrar como elas são prejudiciais e socialmente perigosas.

Um dos casos mais emblemáticos foi o do esquema financeiro de Bernie Madoff e dos associados dele que, através de desinformações sobre o mercado e as finanças, causaram um prejuízo de mais de US$ 64 bilhões de dólares em 2008.

Durante a pandemia, uma enxurrada de notícias falsas sobre a Covid-19 inundou as redes sociais. No Brasil, estas notícias falsas foram reproduzidas através de conspiracionismo traduzido do inglês diretamente pelo português ou criadas no próprio país (como a falsa afirmação de que as vacinas só tinham 50% de eficácia ou, ainda pior, que elas possuíam chips que eram implantados nas pessoas).

Outra fake news muito disseminada durante as eleições brasileiras de 2022 era a de que a Petrobras possuía uma dívida ativa de mais de R$900 bilhões.

Estes são alguns exemplos de notícias falsas que geram prejuízos sociais e financeiros, e há uma infinidade de desinformação circulante no Brasil e no mundo com potenciais danosos extremamente difíceis de medir.

Consequências das fake news

A disseminação de notícias falsas pode ser uma dor de cabeça se seus avós acreditarem que vacinas matam, mas o problema é essencialmente coletivo, social. As fake news podem te causar prejuízos imenso individualmente, mas destroem o tecido social e o mínimo de coesão entre as pessoas.

Elas são criadas com o propósito de moldar a opinião pública, criar bolhas e nichos específicos e praticamente incomunicáveis (através do reforço de ideias e opiniões), impedir ou desestimular o acesso a informações divergentes (principalmente por meio do reforço do viés de confirmação) e propagar uma agenda específica.

Fake news destroem reputações, atacam pessoas, propagam desconfiança generalizada e incentivam sentimentos negativos de terror, pânico, medo e paranoia. Isto estimula extremismos, visões violentas e bastante negativas, fundamentalismo e teorias da conspiração.

A propagação de atentados, ações violentas e movimentos negacionistas é um dos vários efeitos colaterais das notícias falsas. Além disto, elas também geram imensos prejuízos financeiros às pessoas e às economias como um todo, como na disseminação de esquemas de pirâmide e golpes financeiros – inclusive nos golpes com criptomoedas, que geraram 40 bilhões de reais em prejuízos a mais de 4 milhões de pessoas no Brasil ao longo de 5 anos.

Enquanto fenômeno social, as fake news são um grande perigo para as democracias, os direitos civis, a economia, os processos políticos e para o convívio entre as pessoas e a harmonia entre diferentes grupos sociais. Elas geram preconceito, ódio, desestimulam as capacidades de questionamento e de senso crítico e são uma fonte de reforço de ressentimento e violência.

O que as mídias sociais fazem para combater as fake news?

As mídias sociais possuem uma grande parcela na responsabilidade pela disseminação de fake news. Afinal, elas fornecem a plataforma e os recursos para a disseminação de conteúdo, o que inclui fake news.

Embora a responsabilização das empresas de tecnologia e de mídias sociais varie de país para país, muitos governos têm exigido ações por parte das mídias sociais para inibir, combater, prevenir fake news e ajudar nas investigações e processos contra criminosos e pessoas que agem no sentido de disseminar discursos do gênero.

No Brasil, por exemplo, a Justiça fez com que o Telegram fosse banido temporariamente por não atender exigências no sentido de auxiliar no combate de desinformação disseminada através do aplicativo.

O Facebook usa tecnologias para identificar notícias falsas, conteúdo impróprio e contas falsas. A plataforma também criou mais exigências para os serviços de publicidade para campanhas políticas, por exemplo.

O Twitter busca combater com mais intensidade as contas automatizadas e os bots, e o YouTube alterou o algoritmo para dificultar a disseminação de conteúdo impróprio. Mas estes métodos não são perfeitos, é claro.

Os algoritmos ainda não são avançados o bastante para identificar e eliminar todos os conteúdos falsos, e há também o fator dos erros humanos. Filtrar uma quantidade imensa de conteúdo em tempo real circulando no mundo inteiro para bilhões de pessoas é uma tarefa extremamente difícil. Afinal, não estamos falando de meia dúzia de boatos, mas de uma infinidade de informações falsas fluindo o tempo todo, sem parar.

Embora seja possível afirmar que as redes sociais estão sendo progressivamente responsabilizadas pelo combate às fake news, as medidas adotadas por elas ainda estão longe do ideal e do minimamente funcional.

Como combater as fake news e se proteger contra elas?

As fake news precisam ser combatidas socialmente, e nós temos algumas dicas importantes que podem te ajudar a se proteger contra os efeitos negativos delas.

Sempre que você acessar ou receber algum conteúdo, adote uma postura questionadora e crítica para verificar a validade da informação.

Questione

  • O conteúdo evoca alguma emoção? Se ele é muito emocional ou desperta sensações e sentimentos negativos (como raiva ou ressentimento), é muito importante se questionar sobre o conteúdo e pesquisar melhor sobre os fatos. Afinal, pode ser algo criado especialmente para engatilhar este tipo de reação e é isto que as fake news mais gostam de usar.
  • O conteúdo tem erros gramaticais? Desconfie de conteúdo que tenha erros de digitação, concordância, gramática ou qualquer tipo de escrita que transpareça amadorismo. Como as notícias falsas são disseminadas e produzidas em massa, revisão e cuidado com o conteúdo são as últimas preocupações dos criminosos.
  • As imagens foram tiradas de contexto ou editadas? Tente pesquisar pelas fontes originais e pelo contexto mais amplo antes de acreditar em qualquer informação. A descontextualização é um elemento chave das fake news.
  • A manchete reforça ou usa algum estereótipo ou reforça divisões raciais, religiosas, políticas e culturais? É importante levar este ponto em consideração porque as fake news apelam para preconceitos e estigmas para promover desinformação.
  • Quais as fontes da informação? Verifique as fontes fornecidas pelo conteúdo, veja se elas são legítimas ou se abordam um contexto de forma honesta. Fake news usam fontes distorcidas ou, ainda pior, não oferecem nenhum tipo de fonte.
  • Quem compartilha a informação? Preste bastante atenção no tipo de perfil, página ou plataforma que cria a informação e em quem faz o compartilhamento nas redes. É claro que nem todos os perfis que compartilham notícias falsas são perfis fakes, mas o uso de bots de internet é muito comum na propagação de fake news.
  • Quem mais compartilhou a informação? Procure por outros locais e fontes para a notícia. Se ela for noticiada por canais confiáveis e sérios, isto é um bom sinal. Se isto só é noticiado em portais obscuros, as chances de se tratar de uma fake news são muito grandes.

Denuncie

Outro passo fundamental é denunciar postagens, conteúdos e mídia em geral sempre que você perceber que se trata de notícia falsa, desinformação ou apologia a algum tipo de crime. A maioria das plataformas de mídias sociais oferece ferramentas integradas para facilitar o processo de denúncia.

Em casos mais sérios (como incentivo de crimes, golpes e atos violentos), é muito importante entrar em contato com as autoridades competentes e relatar o que você viu.

Previna-se

Prevenir é melhor do que remediar e você pode tomar várias atitudes para ajudar a diminuir as chances de cair em alguma notícia falsa e, claro, ajudar a proteger as pessoas que você conhece.

É muito importante evitar a superexposição nas redes sociais. Isto dificulta a ação de certos algoritmos que usam perfis e informações específicas para disseminar desinformação, espalhando as mentiras específicas para cada tipo de grupo, classe social, faixa etária e ideologia política, por exemplo.

Procure mais de uma fonte sobre um assunto, veja diferentes versões e questione as motivações de quem produziu e disseminou o conteúdo. Isto pode não te deixar totalmente imune às fake news, já que até a pessoa mais cética e crítica pode cair em alguma mentira, mas definitivamente melhora sua interação com as mídias sociais e a internet e melhora seu senso crítico.

O combate às fake news no Brasil e o Projeto de Lei 2630

No Brasil, há iniciativas para combater as notícias falsas e aumentar a responsabilização das mídias sociais em relação às iniciativas para lidar com o problema da disseminação de discursos de ódio, fake news e outros conteúdos nocivos.

O PL 2630/20 é a principal proposta em termos legislativos para definir o que são notícias falsas, além de prever punições nos termos da lei. Marcado por um debate social bastante acirrado, o PL 2630/20 ainda não foi aprovado e continua em tramitação.

Enquanto isto, o Ministério Público Federal entrou com uma solicitação para a Google questionando o mecanismo de exibição de resultados majoritariamente contrários ao PL 2630/20. É importante que as empresas e organizações se posicionem em relação ao tema.

A NordVPN se preocupa em assegurar maior nível de privacidade aos usuários e se posiciona a favor da liberdade de expressão e da democracia, e é importante garantir mecanismos que criem responsabilidade e proteção contra as notícias falsas sem sacrificar a privacidade e as liberdades das pessoas.

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