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O que é o jailbreak? É um procedimento legal?

É possível personalizar o iPhone para torná-lo mais rápido ou mais funcional, mas só até um certo ponto. Se quiser personalizá-lo a fundo, a solução passa pelo jailbreak. Mas a que preço?

O que é o jailbreak? É um procedimento legal?

O que é o jailbreak?

A palavra jailbreak combina as palavras “jail” (prisão) e “break” (quebrar, separar). Jail break (por vezes apresentado desta forma, com as duas palavras separadas) significa “destruir a prisão”. Fazer o jailbreak do iPhone significa romper as limitações de utilização impostas pela Apple de modo a poder usar outros sistemas operativos que não o iOS e outras apps que não as fornecidas pela App Store. O termo aplica-se também aos outros dispositivos móveis da empresa fundada por Steve Jobs, nomeadamente o iPad e o iPod Touch.

Tipos de jailbreak

Existem dois grandes tipos de jailbreak:

  • Vinculado (tethered): o dispositivo iOS deve estar ligado a um computador para que o jailbreak possa ter efeito. A execução é feita com recurso a um software instalado no computador. Não estando o aparelho ligado ao computador, o jailbreak não terá efeito e o telemóvel ou tablet iniciará normalmente em modo iOS.
  • Não vinculado (untethered): O jailbreak é executado por um software instalado no próprio aparelho, o que dispensa a ligação a um computador. Sempre que reiniciar o iPhone ou iPad, iniciá-lo-á em modo jailbreak.

Tal como a informática começou com o PC fixo e evoluiu depois para o mobile, as primeiras técnicas de jailbreak (desenvolvidas a par do surgimento do iPhone em 2007) eram do tipo vinculado. Mas nos últimos anos, o jailbreak não vinculado, mais prático para o utilizador e agora mais fácil de desenvolver por parte dos programadores, tornou-se mais habitual.

Qual a diferença entre fazer jailbreak e desbloquear o telemóvel?

São dois conceitos diferentes, embora no caso do iPhone estejam geralmente associados.

Era frequente, em Portugal e noutros países, telemóveis serem vendidos estando bloqueados à operadora de telecomunicações que os vendia. O bloqueio era feito como contrapartida a determinadas condições comerciais vantajosas, por exemplo. O cliente poderia, mais tarde, querer desbloqueá-lo para usar um cartão SIM de outra operadora.

O jailbreak refere-se ao facto de o iPhone ser fornecido estando bloqueado, não a uma operadora de telecomunicações em particular, mas à Apple e ao respetivo sistema operativo e “universo” de funcionamento.

Porém, o jailbreak do iOS normalmente permite ao utilizador escolher também uma operadora diferente daquela à qual comprou o aparelho ou à qual ele estiver agregado (se o tiver comprado em segunda mão).

Como funciona o jailbreaking?

O termo jailbreaking é por vezes usado como sinónimo de “cracking” (relativamente a software) e “rooting” (relativamente a telemóveis). O rooting pode considerar-se como a variante de jailbreak para Android, pois o objetivo é contornar as restrições aplicadas pelo fabricante do aparelho para instalar um sistema operativo mobile alternativo.

O jailbreak não pode, naturalmente, alterar as características principais de processamento e memória de um aparelho da Apple. O utilizador continuará a aceder à App Store e a poder descarregar e usar as aplicações por ela fornecidas (pelo menos em princípio; voltaremos a este tema mais abaixo). Mas poderá também aceder a lojas de aplicações independentes com aplicações indisponíveis para utilizadores de iOS que não façam jailbreak. A Cydia é extremamente conhecida e o acesso à mesma é disponibilizado pela generalidade dos softwares e aplicações de jailbreak que encontrará na sua pesquisa.

Não é necessário ser programador ou ter conhecimentos avançados de informática para realizar um jailbreak, uma vez que as aplicações e softwares realizam o essencial do trabalho por si. Porém, é conveniente ir além dos conhecimentos básicos de utilização. Tratando-se de um procedimento ao arrepio das regras da Apple, o utilizador tem de responsabilizar-se pelo que acontecer e para tal deve ter um mínimo de conhecimento e controlo sobre o que há a fazer.

Como posso fazer o jailbreak de um aparelho iOS?

Obviamente, quem pesquisa por “iPhone jailbreak” nos motores de pesquisa não encontrará nenhum software “oficial”, pois tal não existe. Mas é possível mostrar, de forma genérica, como funciona.

  • Confirme o modelo do iPhone e a versão do iOs que está a usar. Essas características determinarão o software ou aplicação a usar para concretizar o jailbreak.
  • Pesquise por um software de jailbreak que seja compatível com as características acima referidas.
  • Faça backup a todos os dados do seu iPhone, em disco ou na cloud. (Idealmente, faça cópias em ambos os suportes.)
  • Faça o download do programa. Poderá precisar de um computador, se optar por um programa para realizar um jailbreak vinculado (tethered), como vimos acima.
  • Execute o programa seguindo as instruções fornecidas.

A concretização do jailbreak será relativamente fácil, e o processo é reversível. Ainda assim, os riscos de mau funcionamento estão sempre presentes. É fundamental guardar todos os dados, ficheiros e arquivos nele conservados, pois o risco de se perderem é considerável.

O jailbreaking é seguro?

Sem uma infraestrutura de segurança, os aparelhos “jailbroken” (isto é, que sofreram jailbreak) estão em maior risco face a ameaças de hackers e de malware. Assim aconteceu em 2015, quando mais de 250 000 iPhones “broken” foram hackeados, tendo ficado vulneráveis a ataques de ransomware, roubos de passwords e compras não autorizadas. Além disso, corre-se o risco de o aparelho passar a funcionar de forma defeituosa (bateria a consumir-se mais rapidamente, processamento mais lento, apps a “crashar”, etc.). É necessário pesar e comparar as vantagens com as potenciais desvantagens e riscos, como veremos em seguida.

Jailbreak: prós e contras

Vejamos, de forma resumida, as vantagens e desvantagens de proceder a um jailbreak no seu aparelho móvel iOS.

Prós

  • Mais controlo. Com um jailbreak, o utilizador torna-se o verdadeiro administrador do seu iPhone. Não só pode acrescentar outros ícones ou outro “screen saver” no ecrã principal, mas também lhe dá mais acesso aos arquivos e facilita a comunicação com outros aparelhos. Simplifica, por exemplo, a conexão entre um iPad e um PC equipado com Windows.
  • Instalação de apps não incluídas na App Store. Ter mais controlo significa também ter mais liberdade para instalar aplicações. Muitos utilizadores da geração X e “Millennials” recorrem ao jailbreak para poderem instalar emuladores de jogos clássicos, disponíveis em plataformas como a Cydia e excluídos da App Store.
  • Desinstalação de apps de raiz. Em sentido inverso, a Apple não permite desinstalar apps nativas como o Weather ou o Apple Watch. Quem não os usa, aborrece-se por ser obrigado a tê-los a ocupar espaço. Recorrendo a um jailbreak poderá, por exemplo, usar a Siri para determinar que estradas irá seguir, mas através do Google Maps.
  • Medidas de proteção extra. O serviço “Encontrar iPhone”, que pode ser ativado a partir de um computador quando o seu iPhone (ou iPad) estiver perdido (ou tiver sido roubado), não funcionará se o seu aparelho estiver em modo avião ou desligado da net. Mas existem determinadas aplicações que poderão ser úteis nestas situações. Por exemplo, a app iCaughtU faz com que o aparelho tire uma fotografia à pessoa que tiver introduzido uma password errada para tentar aceder ao iPhone, enviando um e-mail para o legítimo proprietário.

Contras

São diversos os riscos e potencias problemas associadas ao jailbreak, que analisamos em seguida:

  • Malware. É ótimo poder descarregar jogos e apps indisponíveis na App Store, mas se os descarregar a partir de um site suspeito ou que se revele malicioso, poderá infetar o seu iPhone com malware. Algumas apps desenvolvidas para iPhone, mas inelegíveis para download na App Store, podem ter sido rejeitadas exatamente por se tratar de malware ou por não terem cumprido os requisitos técnicos da Apple.
  • Vazamentos de dados. Paralelamente, as apps que vier a instalar poderão dedicar-se à recolha e transmissão de dados sobre a sua utilização regular do iPhone e da internet. Será fundamental redobrar as suas cautelas, nomeadamente instalando uma VPN, de modo a proteger-se contra hackers e cibercriminosos que queiram espionar as suas atividades.
  • Instabilidade. Mesmo uma pequena alteração numa definição de base do seu aparelho pode danificá-lo. O seu iPhone pode tornar-se muito mais atreito a “crashes” e “bugs”. A localização por GPS pode tornar-se imprecisa ou irregular, e até as chamadas telefónicas podem ser afetadas. Uma utilização que era limitada ao universo Apple, mas bastante simples, intuitiva e fluida, pode tornar-se um martírio. É verdade que existem apps de gestão de performance para iPhones, mas será que vale a pena o risco?
  • Perdas de performance: processamento e memória. Um iPhone modificado poderá não ser capaz de receber novas atualizações do iOS (mesmo que a sua versão de jailbreaking permita ligar o iOS ocasionalmente). As atualizações visam melhorar o desempenho e corrigir falhas, pelo que a médio prazo o seu smartphone (ou tablet) poderá funcionar cada vez pior (mesmo que não seja atingido por “crashes”, como vimos no ponto anterior). Esteja atento à comunidade de jailbreaking para saber quando, ou se, são lançadas atualizações.
  • Perdas de performance: bateria. Seja porque as novas aplicações consomem mais energia, seja por razões imprevistas, o seu dispositivo pode vir a precisar de ser recarregado com uma frequência muito maior. E não pense que se trata de um vírus; na verdade, o vírus na bateria do iPhone é um golpe ou esquema muito difundido e que leva as pessoas a clicar num alerta falso e a instalar malware inadvertidamente. Quem se sentir frustrado por ter uma bateria viciada estará mais atreito a clicar neste tipo de golpes.
  • Avarias e bricking. Mais grave do que um “crash” ao qual basta reiniciar a aplicação ou um processador cada vez mais lento, é o risco de uma avaria direta capaz de inutilizar o aparelho. Utilizar apps não testadas e não pensadas para os dispositivos iOS implica sempre um risco de uma incompatibilidade terminal. É aquilo a que alguns especialistas chamam “bricking”: o seu aparelho pode tornar-se incapaz de correr aplicações, aceder à net e fazer chamadas, tornando-se um tijolo (“brick”) inútil. Aqui, tenha em conta o ponto seguinte.
  • Anulação da garantia. Ao fazer jailbreak ao iPad ou ao iPhone, a garantia do fabricante é automaticamente anulada. Nem a Apple nem a sua operadora de telecomunicações estarão recetivas a fazer reparações num aparelho que sofreu um jailbreak. Ficará por sua conta e risco.
  • Perda de serviços Apple. Como dissemos acima, teoricamente poderá continuar a utilizar as aplicações e os serviços da Apple, como o FaceTime, a iCloud, o Apple Pay ou o Weather. Mas isso não é garantido; com efeito, nada num jailbreaking é 100% garantido. Existe a possibilidade de a operação deixar o seu dispositivo incapaz de aceder e/ou correr estes serviços.
  • Situações imprevistas. Já foram relatados casos em que quem conseguiu fazer um jailbreak ao iOS conseguiu deixar o aparelho a funcionar normalmente, e até consegue aceitar uma nova atualização do próprio iOS – mas ao fazê-la, o aparelho deixa de funcionar! Cada nova instalação ou “update” representará uma alteração radical do ambiente técnico em que o seu telemóvel ou tablet está a operar, com todos os riscos associados.

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O Jailbreaking tem sido legal nos Estados Unidos desde que a lei “Digital Millennium Copyright Act” foi aprovada em 2010. A lei dá ao utilizador o direito de acesso de raiz (root access) aos seus telemóveis, mas ainda há limitações. O utilizador é legalmente responsável por cumprir a lei de direitos de autor ao decidir que apps e sistemas operativos descarregar e instalar.

Em Portugal, o jailbreaking não é tema que tenha sido objeto de discussão na comunicação social, nem na generalista nem na especializada, e não parece existir jurisprudência sobre a questão. Seria necessário um caso em tribunal com certo mediatismo para compreendermos na prática até onde pode ir a legislação que regulamenta as garantias comerciais e as condições de prestação de serviço em relação a produtos vendidos.

Em suma, o jailbreaking não parece ser ilegal, mas o facto de a Apple se descartar de responsabilidades quanto a aparelhos “broken” também não. Trata-se de uma “terra de ninguém”; estará por sua conta e risco.

Porque quereria fazer jailbreak ao seu iPhone?

O jailbreaking traz, como vimos acima, muitos benefícios: permite personalizar as definições e o ecrã principal do seu iPhone, expandir as suas opções de uso de apps, remover apps pré-instaladas e desbloquear restrições impostas pela Apple.

Alguns escolhem esta opção para poder usar outro sistema operativo. É frequente, entre utilizadores profissionais ou simplesmente entusiastas de tecnologia, considerarem o iOS demasiado limitador e quererem uma solução mais flexível. Pode passar, por exemplo, por um sistema operativo “open source” e por aplicações de vária ordem que não estejam incluídas na App Store da Apple.

Seria a possibilidade, em suma, de ter “o melhor de dois mundos”, combinando um iPhone e o universo iOS com o restante “universo” além do ambiente Apple.

É aconselhável realizar um jailbreak ao seu iPhone?

Se a segurança é a sua prioridade, é desaconselhável optar por esta solução. Todavia, se já se decidiu a correr o risco e vai avançar com um jailbreak, eis algumas dicas para minimizar esse risco:

  • Antes de proceder, faça um “backup” aos dados do seu iPhone. Se correr mal, poderá tentar restaurá-los para o ponto onde estavam.
  • Tenha atenção e proteja-se contra apps e recursos possivelmente maliciosos ou dos quais não esteja absolutamente seguro.
  • Tenha cuidado ao visitar sites suspeitos, desconhecidos ou pouco confiáveis utilizando o seu aparelho.
  • Altere a sua palavra-passe de raiz (root password) assim que concretizar o jailbreak. Todos os iPhones têm a mesma password por defeito, e o jailbreaking deixa o seu dispositivo vulnerável a manobras de hacking.

Tenha em atenção que comprar um iPhone “jailbroken” torna-se duplamente arriscado, pois não há qualquer garantia de que o equipamento esteja realmente em boas condições. Por exemplo, é verdade que é seguro comprar no AliExpress, mas este famoso portal de comércio eletrónico também vende iPhones com jailbreak. A proteção de compra do AliExpress protege o ato de venda em si, mas os riscos associados a esta operação continuam lá.

Como posso desistir do jailbreak e restaurar um iPhone à sua condição anterior?

É aconselhável fazer um backup antes de proceder com os passos para cancelar o jailbreak.

Faça um backup na iCloud

  • Ligue o seu aparelho iOS ao wi-fi.
  • Vá às definições, toque e selecione o seu nome.
  • Toque na opção de backup da iCloud.
  • Selecione a opção para fazer backup agora e mantenha-se ligado à net até que o processo termine.

Para verificar se o processo já terminou ou quando foi feito, regresse às Definições, toque no seu nome, depois em iCloud e por fim em backup da iCloud. Em “fazer backup agora” verá a hora e o data do backup anterior.

O cancelamento do jailbreak é semelhante à formatação de uma pen drive ou disco rígido. Limpa e elimina tudo o que existe. Por isso, aconselha-se fazer o backup caso queira conservar todos ou alguns dos seus arquivos ou ficheiros. Idealmente, deverá fazer backup não só na nuvem mas também para outro dispositivo (computador, disco externo, etc.), criando duas cópias.

Siga os passos para restaurar o iPhone:

  • Se estiver conectado à aplicação Encontrar, desative-a nas configurações do iCloud do dispositivo.
  • Conecte o iPhone ou iPad ao PC ou Mac usando o cabo USB original.
  • Inicie o iTunes no seu computador. Caso não se inicie automaticamente, introduza a senha do seu iPhone ou toque em “Confiar neste computador”.
  • No iTunes, selecione o ícone do iPhone ou iPad para abrir as configurações do dispositivo.
  • No iTunes no seu computador, selecione o seu dispositivo quando for exibido.
  • No painel Resumo, clique no botão Restaurar. Isso iniciará o processo de remoção do jailbreak.

Durante o procedimento, o seu dispositivo será reiniciado. Será exibida uma mensagem a perguntar se deseja restaurá-lo a partir de uma cópia de segurança. Aqui, poderá selecionar a opção iCloud caso pretenda restaurá-lo a partir do ficheiro criado anteriormente.

Assim que o processo terminar, o seu dispositivo iOS será redefinido para as configurações de fábrica. Serão apresentadas as etapas normais de configuração, tal como quando ativou o dispositivo pela primeira vez.

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