Saiba o que é o catfishing e como se proteger dos hackers
O catfishing é um tipo de fraude em que uma pessoa se faz passar por outra ou assume a identidade de outra na internet. Não se trata de alguém roubar a sua identidade (isso é outro tipo de crime), mas sim de alguém se “disfarçar” para ganhar a confiança da vítima e levá-la a cair num embuste, com consequências potencialmente muito sérias. Saiba como proteger-se e à sua família.
Há várias razões na base deste tipo de “esquema”. Algumas pessoas, sem intenções maliciosas, poderão simplesmente querer conversar mas ser tímidas. Outras pretenderão cometer ciberbullying ao abrigo do anonimato. Já o ciberstalking é um motivo óbvio para ocultar a identidade nomeadamente quando se quer espiar uma pessoa conhecida (ex-esposos, etc.). Os mais graves motivos serão, sem dúvida, a fraude para extorsão de dinheiro ou preparação para um futuro rapto (especialmente preocupante no caso de crianças e adolescentes).
O que significa catfish?
Não existe uma tradução de catfish e é de esperar que a língua portuguesa, como em tantos outros casos, venha a adotar a palavra original em inglês. O significado de catfish (em português, “peixe-gato”) tem uma origem algo obscura, estando associado ao documentário de 2010 com o mesmo nome e a um mito segundo o qual comerciantes de peixe enviariam peixes-gato juntamente com bacalhaus (ambos vivos, em tanques) para mercados distantes de modo a manter o bacalhau fresco, devido ao assédio do peixe-gato. O certo é que o termo ganhou “tração” a nível internacional – talvez pela semelhança com o termo phishing, outro dos grandes perigos da internet atuais.
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Os perigos do catfishing na prática
Se o phishing implica que a pessoa aceite instalar no seu dispositivo (computador ou telemóvel) um ficheiro (malware, ransomware, etc.) que dará controlo, remotamente, a um hacker, o catfishing aumenta de sobremaneira essas possibilidades. O phishing joga com o impulso súbito, tentando levar a pessoa a clicar num link ou descarregar um ficheiro antes de raciocinar com cautela. No catfishing, se a pessoa falsa já tiver criado confiança com a vítima, o envio de algum tipo de malware é bem mais fácil; a vítima aceitará clicar ou descarregar muito mais facilmente.
Mesmo sem uma ação deste género, a vítima pode facilmente cair nas mãos do perpetrador de catfishing. Revelando-lhe segredos da sua vida, poderá posteriormente ser vítima de chantagem ou facilitar um futuro rapto ou roubo.
Como reconhecer o catfishing
O catfishing é muito mais elaborado e difícil de executar que o phishing, por razões óbvias. O phishing é geralmente executado por hackers que procuram atingir milhares ou milhões de pessoas (exceto em casos muito particulares como o de Rui Pinto). O catfishing é direcionado a pessoas específicas e é, por isso, muito mais raro. Mas quando sucede, pode ser muito mais perigoso também.
Vejamos alguns sinais que indicam que se pode estar perante uma identidade falsa online:
- Desaparecimentos súbitos. Se uma pessoa online recusa ser confrontada com uma inconsistência ou situação estranha e/ou não aparece mais, era seguramente um catfisher.
- Insistência num determinado software. Qualquer pessoa poderá utilizar meios largamente conhecidos para comunicar, desde redes sociais (Facebook, Instagram) a apps de chamadas (Zoom, Hangouts) ou ao inevitável Whatsapp. Uma pessoa desconhecida que insista na utilização de uma ferramenta pouco conhecida torna-se suspeita.
- Tornam-se amigos muito rapidamente. Uma amizade leva tempo a consolidar. Um amigo novo que insiste em tornar-se presente muito rapidamente, que revela “segredos” e pede revelações em troca, torna-se estranho.
- Começam a falar de dinheiro. Um amigo novo online que começa em pouco tempo a comentar que precisa de dinheiro devido a infelicidades tocantes tem boas hipóteses de ser um vigarista.
Dicas para defender-se do catfishing
O cathishing é um exemplo de burla mais sofisticado e que implica um grau de prudência superior em relação a outros tipos de esquemas online. Confira as seguintes dicas para se defender deste tipo de burla.
Use uma VPN para navegar pela internet regularmente. A VPN não impedirá que um estranho estabeleça contacto consigo ou com os seus filhos, mas a quantidade e qualidade de informação a que esse estranho poderá ter acesso será bem menor. Ao encriptar as comunicações enviadas e proteger a privacidade do utilizador, a VPN dificulta imenso a tarefa de terceiros que queiram lançar “iscos” sob uma identidade falsa.
Limite ao mínimo a informação pessoal que dá a desconhecidos. Pelos mesmos motivos, limite a informação por si partilhada nas redes sociais e na internet em geral. Isto implica refrear as partilhas que faz, limitá-las a determinadas pessoas e configurar as suas redes sociais para os níveis máximos de privacidade.
Suspeite de pessoas que não conhece, tal como o faria no mundo “offline”, “físico”, ou real (como lhe queira chamar). Ensine os seus filhos a não falar com estranhos na internet, tal como os ensinou a não fazê-lo na rua.
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