Qual é o navegador que melhor protege a privacidade do utilizador?
Sempre que usa um navegador de Internet, ao visitar vários sites, ao ter conversas online e até ao fazer compras, terá sempre todo o seu tráfego a ser rastreado automaticamente. Quer seja por sistemas governamentais, redes sociais (como o conhecido pixel do Facebook), anunciantes e até possíveis sistemas maliciosos, o que interessa a estas instituições é conhecer quais são os seus gostos, hábitos e situação atual para tentarem lucrar ao máximo consigo.
Tabela de Conteúdo
Porém, ao escolher um navegador ou browser que lhe dê as garantias necessárias de que as suas pesquisas ou até conversas não são do conhecimento destas entidades, a sua privacidade vai estar muito mais assegurada. Por isso mesmo, colocamos frente a frente os browsers mais conhecidos e usados em Portugal, mas também em todo o mundo, para entender qual deles é a melhor opção para salvaguardar a sua privacidade e conhecer os motivos para que uns sejam muito melhores que outros.
O que é um navegador ou browser de Internet?
Um navegador ou browser de Internet é um software que permite que o seu computador (ou equipamento mobile) possa interagir com outros servidores ou computadores de modo a apresentar ficheiros HTML.
Na prática, um computador precisa de dois elementos fundamentais para se ligar à internet: a conexão propriamente dita (banda larga, wi-fi, dados móveis, etc.) e o software que permitirá usar essa conexão. Este software, o browser ou navegador, permite que o computador alcance outros websites (por exemplo, www.google.pt), receba informação deles e a disponibilize no ecrã.
Nos primórdios da internet, as pessoas quase só conheciam o Microsoft Internet Explorer, mas hoje há muitas opções de navegadores ou browsers.
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Conheça quão seguros são os navegadores mais usados
Apesar de estarem longe de serem os melhores browsers para poder navegar com privacidade online, é impossível não falar do que o espera, em termos de segurança e privacidade, quando usa o Google Chrome, Microsoft Edge, Safari ou o Mozilla Firefox, todos estes no topo das escolhas dos utilizadores online em Portugal, mas também no mundo.
É necessário realçar que, mesmo com os plugins ou configurações de aplicações de privacidade ou segurança que fizer nestes grandes browsers, a sua privacidade estará sempre longe de estar assegurada.
Google Chrome
O Google Chrome é sem dúvida nenhuma o browser mais usado no mundo como navegador padrão. Isto acontece muito graças à sua associação com o Google, Gmail e outras funcionalidades que pertencem todas às mesmas empresas.
Contudo, é preciso entender que, apesar dos muitos plugins disponíveis que pode adicionar ao seu Google Chrome, tornando a sua navegação um pouco mais segura e privada a potenciais rastreamento de sites, o Google Chrome não deixa de pertencer ao grupo Google. Essa empresa, uma das maiores e mais valiosas empresas tecnológicas do mundo, tem como principal fonte de receita o rastreamento detalhado das pesquisas e dos interesses demonstrados pelos seus utilizadores, vendendo mais tarde toda essa informação aos seus anunciantes. Além disso, o Chrome não está livre de sofrer falas de segurança, como ataques de Zero day, como foi recorrente em 2021.
Microsoft Edge
Quanto ao Microsoft Edge, que é o sucessor do famoso Internet Explorer, tem uma aposta muito fraca na privacidade dos seus utilizadores. A Microsoft, apesar de todas as qualidades dos seus produtos e serviços, não é particularmente conhecida por basear os seus modelos de negócio na privacidade dos dados pessoais dos utilizadores. Essa tendência mantém-se com o Edge.
Firefox
O Firefox, que nos últimos anos está a ser cada vez mais utilizado, é um dos mais fortes browsers em termos de segurança dos seus utilizadores. Um pouco como acontece com o seu rival Google Chrome, o Firefox permite que os utilizadores possam adicionar plugins e extensões para melhorar os aspetos de privacidade e segurança, sendo bastante eficaz nesse ponto.
Além disso, o Firefox destaca-se entre os browsers mais utilizados em termos de privacidade devido à função que oferece a todos os seus utilizadores de um modo de navegação privada, que permite uma enorme proteção do rastreamento do seu tráfego. Existem também outros complementos no Firefox que aumentam essa mesma segurança, tornando a experiência muito melhor.
Safari
O Safari também é um dos melhores browsers para poder navegar com alguma privacidade e segurança. Isso acontece porque a dona deste browser, a Apple, tem como foco os seus negócios voltados para o hardware e não propriamente a utilização de publicidade agressiva direcionada para os seus utilizadores.
Ainda para mais, o Safari tem a função de impedir que os sites por onde navegue deixem dados na sua cache por padrão. Além disso, o Safari executa todas as páginas online em processos separados para impedir que códigos maliciosos de uma página possam ter acesso a informação do seu navegador.
Navegadores focados na privacidade do utilizador
A par dos browsers mais conhecidos, existem vários outros que baseiam a sua atividade na proteção da identidade e dos dados dos seus utilizadores. Estes navegadores serão a melhor escolha para quem faz da privacidade online uma prioridade.
Tor
O Tor é o browser considerado, pela maioria dos especialistas de segurança e privacidade online, o que mais se foca nos aspetos de privacidade, anonimato e segurança. Este navegador recebeu a aprovação do famoso whistleblowerEdward Snowden
O Tor, ao contrário dos browsers mais conhecidos que analisámos anteriormente, foca-se no impedimento do rastreamento não autorizado de sites ou entidades terceiras, com a ajuda dos seus servidores de retransmissão ocultos. Adicionalmente, neste browser existem recursos de segurança pré-configurados.
Não nos podemos esquecer também de dar a conhecer o Tor como sendo uma excelente opção para evitar impressões ou marcas digitais online, como acontece com os restantes concorrentes, principalmente quando adiciona plugins ou extensões, que seriam alegadamente seguros. Aliás, no Tor quanto mais próximo estiverem os níveis de segurança e privacidade padrões, mais o browser assegura que não exista rastreamento da sua navegação online para entidades que apenas pretendem lucrar com isso.
Finalmente, o Tor é uma excelente solução de privacidade. No entanto, nunca pode ser considerada 100% segura, pois não inclui nenhuma tecnologia anti-malware e um sistema que possa bloquear plugins que tenham a capacidade comprometer o seu rasto online. Uma das melhores formas de aumentar a segurança do Tor é usá-lo juntamente com um serviço de VPN que crie um verdadeiro túnel criptografado que o deixará completamente afastado de todas as potenciais ameaças à sua privacidade online. A NordVPN traz ainda uma vantagem extra: a Proteção Contra Ameaças Pro, que bloqueia rastreadores, anúncios intrusivos, sites e ficheiros maliciosos. O bloqueio de ficheiros potencialmente ameaçadores é feito mediante um “scan” prévio ao download por parte do utilizador. Se a Proteção Contra Ameaças Pro concluir que o ficheiro é inseguro, impede o seu descarregamento.
DuckDuckGo
Nascido em 2008 como um motor de pesquisa alternativo ao Google, abstendo-se de recolher dados sobre os utilizadores, o DuckDuckGo vem expandindo as suas atividades. Atualmente inclui também uma extensão de browser (e não um navegador propriamente dito) que pode ser adicionada ao Chrome e bloqueia as suas funcionalidades de tracking e exibição de anúncios. Está também disponível enquanto aplicação mobile, para Android e iOS.
Quem se preocupa com a privacidade online e a imparcialidade dos resultados dos motores de pesquisa quererá experimentar o DuckDuckGo também nesta vertente. A empresa aposta tudo na exibição de resultados que não sejam influenciados pelo peso dos anunciantes ou das maiores empresas.
Brave
Lançado em novembro de 2019, o Brave distingue-se por incluir uma funcionalidade de bloqueio de trackers e de publicidade online que os outros browsers, por defeito, permitem. Além dos níveis de privacidade mais elevados, o Brave tende a tornar a navegação comum bastante mais rápida, congregando duas vantagens importantes.
O modelo de negócio baseia-se na venda de anúncios que são apenas exibidos aos utilizadores que aceitam, voluntariamente, vê-los. A exibição destes anúncios não está associada à coleta de dados de quem os vai ver. Os utilizadores que aceitam ver anúncios são recompensados com tokens. Na verdade, muitas pessoas usam o Brave diariamente sem sequer se aperceberem deste sistema, porque o Brave não “incomoda” os utilizadores com propostas repetidas para ver anúncios, como é prática corrente na internet em geral.
Recentemente, o Brave passou a suportar endereços começados por ipfs://, ou seja, ligados ao protocolo InterPlanetary File System que elimina a necessidade de um servidor central e torna a navegação mais descentralizada – logo, mais rápida e mais segura.
O Brave mostra na homepage (por defeito) o número de horas poupadas graças ao bloqueio de trackers e ads. Ao fim de pouco tempo, o utilizador começa a sentir que ganhou mais ainda do que simplesmente mais privacidade!
Firefox Focus
Para quem navega principalmente através de smartphones ou tablets, a versão mobile do browser da Mozilla será também uma opção. Operando de forma idêntica ao DuckDuckGo, o Focus protege a identidade do utilizador e alerta-o para a possibilidade de eliminar o histórico de pesquisas no final de cada utilização. A publicidade não desejada também é bloqueada.
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