As burlas mais comuns no WhatsApp
Os autores das burlas que é mais comum encontrar no WhatsApp têm motivações e objetivos semelhantes: roubar dados pessoais, cometer roubo de identidade, instalar software malicioso nos dispositivos dos utilizadores ou extorquir-lhes dinheiro fazendo-se passar por quem não são. Aqui estão algumas das burlas mais comuns no WhatsApp:
Burlas de usurpação da identidade
A usurpação da identidade de alguém é uma das burlas mais fáceis de se praticar. Na burla “Olá mãe, olá pai”, os vigaristas recorrem à engenharia social para explorar os sentimentos que as pessoas nutrem pelas famílias.
Como funciona? Os burlões fazem-se passar por um familiar, normalmente um filho da vítima. O pretenso “filho” ou “filha” diz que ficou sem telemóvel e que está a enviar mensagem da conta de um amigo. Por estar a utilizar um dispositivo diferente, não tem acesso às aplicações bancárias e precisa desesperadamente de dinheiro para pagar uma despesa urgente ou um encargo financeiro.
Como agir neste tipo de situações? Não responda à mensagem. Contacte diretamente a pessoa em causa através da sua conta habitual do WhatsApp ou por algum outro meio. A comunicação direta deverá revelar de imediato que se trata de fraude.
Burlas com códigos de verificação
Os burlões precisam de um código de verificação para tentar aceder à sua conta. Se receber do nada um código de verificação de 6 dígitos, pode estar a ser alvo da burla do código de verificação.
Como funciona este tipo de fraude? Tudo começa com duas mensagens que a vítima recebe uma após a outra. Pode ser um suposto amigo ou familiar a desculpar-se por ter enviado “acidentalmente” um código de verificação para a conta da vítima, em vez de para a sua. A pessoa pede então à vítima o número de 6 dígitos que acabou de receber.
Como agir? Se receber um código de verificação do WhatsApp e não estiver a tentar registar um dispositivo novo nem a entrar na sua conta, é provável que alguém esteja a enganá-lo, pelo que nunca deve partilhar esse código.
Burlas de encontros no WhatsApp
Os burlões do Tinder estão por todo o lado, e o WhatsApp não é exceção. Enquanto as pessoas procurarem o amor online, as burlas com encontros no WhatsApp continuarão a tentar explorar a solidão humana para lucro financeiro.
Como funciona este golpe? Os burlões costumam procurar vítimas nas aplicações de encontros. Assim que a conversa começa a rolar, o vigarista tenta transferi-la para as aplicações de mensagens, normalmente o WhatsApp. Pouco depois da mudança para o WhatsApp, a pessoa começa a pedir dinheiro e fotografias íntimas da vítima para fazer chantagem com ela ou envia-lhe malware disfarçado.
O que fazer neste caso? Aprenda a reconhecer as burlas relacionadas com encontros online. Se nunca se encontrou com a pessoa, se ela não tem presença social fora do WhatsApp e das aplicações de encontros, e se toda a relação online parecer demasiado maravilhosa para ser verdade, é porque provavelmente é. Nunca envie dados confidenciais nem dinheiro a estranhos que conheça online, mesmo que lhe professem um amor eterno. Também não deve enviar cartões-oferta nem cupões. Por exemplo, nunca dê um cartão-oferta da carteira Steam a uma pessoa que não conhece.
Burlas com criptomoedas no WhatsApp
As fraudes que envolvem criptomoedas e investimentos são parecidas com as usurpações de identidade e os esquemas nas aplicações de encontros – o objetivo dos burlões é mais uma vez pôr as mãos ao dinheiro que tanto lhe custou a ganhar.
Como funciona esta burla? Também conhecida como golpe do abate do porco, é comum o impostor iniciar uma relação platónica ou romântica no WhatsApp ou noutra plataforma, acabando por transferir a conversa para o WhatsApp. A pessoa começa de imediato a falar sobre criptomoedas e a contar que um amigo ou familiar encontrou uma oportunidade lucrativa. Se a vítima quiser entrar, só precisa de fazer um depósito em dinheiro num site de negociação de criptomoedas. Claro que, assim que o depósito é feito, o “amigo” bloqueia a vítima e fica incontactável.
Outras vezes, a vítima é adicionada a grupos duvidosos do WhatsApp, com falsos entusiastas de criptomoedas. Estes fingem ter descoberto oportunidades de investimento com retornos garantidos, agradecendo aos consultores pelas “excelentes” dicas que lhes deram e gabando-se dos falsos lucros que conseguiram. Embora também possa haver pessoas comuns nesses grupos, tenha cuidado com os membros demasiado empolgados e com as promessas de retornos assegurados, pois são sinais claros de burla.
Qual a solução? Evite deixar-se seduzir por oportunidades de investimento demasiado aliciantes, especialmente se for um desconhecido a sugeri-las. Pesquise bolsas e empresas de renome antes de fazer qualquer transferência de dinheiro se quiser investi-lo, compre criptomoedas ou candidate-se a um emprego.
Burlas com empregos no WhatsApp
As burlas com empregos no WhatsApp funcionam de modo semelhante às das criptomoedas – com a diferença de que, em vez de o aliciar com um investimento lucrativo, o burlão finge oferecer-lhe o seu emprego de sonho. Para isso, costuma apresentar-se como representante de uma empresa idónea, oferecendo-lhe um emprego com um ordenado substancial e condições de trabalho demasiado atrativas para serem verdadeiras (por exemplo, poder trabalhar as horas que quiser ou gozar férias ilimitadas). Para consumar a fraude, o burlão normalmente convida-o a clicar em ligações suspeitas para extorquir os seus dados pessoais.
O que fazer? Se receber uma oferta de emprego de uma empresa a que nunca se candidatou, desconfie logo. Se contiver ligações estranhas e oferecer condições demasiado boas para serem verdade, afaste-se e bloqueie o utilizador.
Burla do WhatsApp Gold
O WhatsApp Gold é uma falsa subscrição ou versão premium do WhatsApp, que desempenha o papel de protagonista na burla do WhatsApp Gold.
Como funciona o esquema? Alguém lhe envia uma mensagem de smishing ou um e-mail de phishing a convidá-lo a atualizar a sua conta para o WhatsApp Gold – uma versão exclusiva do WhatsApp, com funcionalidades apetecíveis, a que apenas os membros VIP têm acesso. Ao clicar na ligação que recebeu, ela começa a descarregar software malicioso ou redireciona-o para um site falso, parecido com a página de transferência de uma aplicação genuína do WhatsApp, que acaba por também o infetar com malware.
O que fazer neste caso? Usufrua do WhatsApp tal como é e não fique à espera de uma atualização exclusiva. Se alguém lhe enviar um convite do género, não morda a isca – denuncie a mensagem como spam, contacte o WhatsApp e continue com a sua vida.
Burlas com a lotaria e sorteios falsos
Os sorteios e a possibilidade de ganhar prémios são uma tentação para muitas pessoas, motivo pelo qual as lotarias falsas são uma fraude lucrativa para os golpistas do WhatsApp.
Como é montada? Tudo começa com uma mensagem que o anuncia como vencedor de um prémio, como acontece com as pop-up enganadoras, que lhe dizem que ganhou um iPhone, só que desta vez numa mensagem do WhatsApp. Muitas vezes, os burlões fazem-se passar por empresas de lotaria autênticas para ganharem credibilidade.
Se seguir a ligação, pedir-lhe-ão que partilhe dados confidenciais, como as informações da sua conta bancária, para pagar a entrega do prémio.
Outra variante da fraude convida-o a comprar um bilhete da lotaria. Assim que enviar as informações do seu cartão de pagamento, perde mais dinheiro do que o preço de qualquer bilhete.
Como proceder? Desde logo, não espere ganhar um prémio da lotaria se nunca comprou bilhete. E, se quiser fazê-lo, procure um site oficial e não clique em ligações no WhatsApp ou noutras aplicações de troca de mensagens.
DICA ÚTIL: Os burlões não são os únicos que podem enviar-lhe uma mensagem para um site fraudulento ou levá-lo a descarregar malware. Amigos e familiares também podem receber mensagens de phishing e reencaminhá-las por engano. O facto de conhecer a pessoa não significa que todas as ligações e ficheiros que ela lhe envie sejam legítimos.
Burlas com cartões-oferta e cupões
Os cartões-oferta e os cupões podem ser tão aliciantes quanto os prémios em dinheiro de um falso sorteio da lotaria, por isso os burlões utilizam-nos para enganar os utilizadores inocentes do WhatsApp.
Como funciona a burla? Existem muitas variações: um utilizador aleatório do WhatsApp pode pedir-lhe que preencha um inquérito, prometendo-lhe um cartão-oferta como recompensa. Ou um amigo desprevenido pode reencaminhar-lhe uma mensagem de smishing com um grande cupão de desconto da sua loja preferida.
Nenhum destes cartões-oferta ou códigos de cupão funciona, não passando de um belo pacote que esconde transferências de malware e sites fraudulentos criados propositadamente para roubar as suas credenciais ou outras informações pessoais.
O que fazer? Não confie nas promessas de cartões-oferta ou em cupões que receba no WhatsApp, especialmente se forem enviados por estranhos. Os seus amigos também podem reencaminhar-lhe este tipo de mensagens, por isso, de modo geral, esteja atento a ofertas que pareçam demasiado boas ou demasiado fáceis de obter – o mais provável é que sejam fraude.
Burlas com malware e vírus
Embora todas as burlas do WhatsApp que abordámos até aqui possam levar à infeção por malware, há burlões que tentam fazê-lo instalar malware sem ter de passar por esquemas complicados.
Como o conseguem? Os hackers podem enviar mensagens com atualizações falsas de programas, ligações para sites que distribuem malware ou anexos maliciosos aleatórios.
A burla clássica “Estás neste vídeo?”, que se popularizou noutros sites de redes sociais, também pode acontecer no WhatsApp. Se clicar no vídeo, todos os seus contactos receberão mensagens de spam com o mesmo vídeo.
Como evitar a burla? Não abra ligações nem transfira anexos de pessoas em quem não confia. Se um amigo lhe enviar uma mensagem suspeita, pense bem antes de fazer o que quer que seja. Tente enviar-lhe uma mensagem através de outro canal para se certificar de que foi mesmo ele quem lhe enviou a ligação ou o anexo – ele pode nem sequer saber que foi alvo de burla ou pirateado.
Como detetar burlas no WhatsApp
Aprender a detetar as burlas no WhatsApp é o primeiro passo para evitar ser enganado e levar outras pessoas de arrasto. Aqui estão alguns sinais de uma possível burla no WhatsApp:
- Números de telefone desconhecidos: trate sempre com cuidado mensagens vindas de números desconhecidos, especialmente se o conteúdo parecer suspeito.
- Pedidos de dinheiro urgentes: se o utilizador do WhatsApp lhe pedir uma transferência urgente de dinheiro, não o faça enquanto não tiver a certeza de que não se trata de burla.
- Erros ortográficos e gramaticais: os burlões não se esforçam muito a escrever as mensagens. Se receber uma mensagem com muitos erros de ortografia e gramática, ignore-a.
- Saudações genéricas: se receber uma mensagem de um número desconhecido a dizer “Olá, pai” ou “Olá, mãe”, preste atenção ao que vem a seguir e contacte diretamente os seus filhos para confirmar se foram eles que a enviaram.
- Ligações e anexos suspeitos: as mensagens de números desconhecidos com ligações suspeitas (ou qualquer tipo de ligação) são um grande sinal de alerta. Evite tocar ou clicar nelas enquanto não souber se são seguras.
- Ofertas demasiado boas para serem verdade: sorteios ridículos e lotarias que pareçam demasiado boas para serem verdade são outra forma de lhe meter a mão ao bolso. Não caia na ratoeira.
- Mensagens vagas: se o seu contacto do WhatsApp lhe der respostas vagas, recusar partilhar mais informações sobre a oferta e tentar pressioná-lo a aceitá-la, não ceda, porque está a ser enganado.
- Pedidos de códigos de verificação: se receber uma mensagem com um código de verificação, seguida de outra de um número desconhecido (ou conhecido), não o divulgue. Verifique sempre diretamente com o utilizador que pediu o código (se for alguém que conhece) e tome as medidas apropriadas.
Como se proteger das burlas do WhatsApp
Se conhecer os sinais característicos das burlas do WhatsApp é o primeiro passo para se proteger, aqui ficam mais algumas formas de evitar tornar-se vítima de um golpe no WhatsApp:
- Verifique o remetente: se um burlão se fizer passar por seu amigo ou familiar, ligue à pessoa em causa ou contacte-a através de outra plataforma. Pode sempre fazer ao remetente uma pergunta pessoal ou confidencial, a que apenas o seu amigo ou familiar saberia responder. Lembre-se, porém, de que os burlões podem fazer uma pesquisa exaustiva. Algo tão simples quanto perguntar qual é o segundo nome da pessoa pode não ser suficiente.
- Ignore mensagens a pedir-lhe dinheiro: confie nos seus instintos e analise a linguagem utilizada nas mensagens. A pessoa que está supostamente a pedir dinheiro expressa-se da maneira habitual? Se o pedido for legítimo e a pessoa é quem diz ser, é provável que entre em contacto consigo através de outros meios, e não apenas pelo WhatsApp. Preste também atenção à urgência do pedido. Quanto maior a urgência da mensagem e do pedido, maior a probabilidade de se tratar de fraude.
- Evite partilhar informações pessoais: o seu banco, governo ou até a sua loja de eleição nunca lhe pedirão a sua palavra-passe, dados bancários ou outras informações pessoais por e-mail ou telefone – e muito menos pelo WhatsApp. Por isso, se alguém o fizer, pode partir do princípio de que é fraude. Além disso, evite adicionar demasiadas informações pessoais ao seu perfil. Os burlões também podem recolher informações sobre si noutras plataformas, por isso tenha cuidado com o que divulga publicamente online.
- Atualize os seus dispositivos e aplicações: as atualizações de sistema e de software trazem correções para colmatar brechas conhecidas e corrigir erros de segurança no seu dispositivo e aplicações. É importante que as instale logo para evitar que os hackers explorem vulnerabilidades no seu smartphone, no WhatsApp ou noutras aplicações.
- Tenha cuidado com ligações e anexos: se não está à espera de receber uma ligação ou anexo, não clique nela nem faça a transferência. Os burlões do WhatsApp podem utilizar bots para lhe enviar spam através de vários estratagemas, e até os seus amigos podem reencaminhar-lhe mensagens maliciosas. Os golpes de phishing estão por todo o lado, por isso tenha cuidado com todas as ligações e ficheiros inesperados que receber no WhatsApp, por e-mail e noutras plataformas. Verifique sempre se a ligação tem erros tipográficos ou extensões de domínio pouco comuns (como .xyz em vez de .com), para não cair no typosquatting (sequestro de URL). Para poder ficar descansado ao abrir ligações desconhecidas, pense em adotar a ferramenta anti-phishing da NordVPN, que aumenta a sua segurança online bloqueando ligações maliciosas.
- Use a autenticação 2FA para proteger a sua conta do WhatsApp: nem sempre será o alvo pretendido do golpe. Os hackers também podem utilizar a sua conta para enganar outras pessoas, daí que a proteção da conta seja tão essencial quanto saber reconhecer os sinais de fraude. Configure a autenticação de dois fatores (2FA) para evitar acessos não autorizados. Ao aplicar a 2FA, é mais difícil que os burlões e hackers consigam roubar a sua identidade do WhatsApp.
- Denuncie o contacto e a burla ao WhatsApp: se encontrou um burlão ou foi vítima de fraude no WhatsApp, faça uma denúncia para evitar que outras pessoas sejam enganadas.
Nos sistemas iPhone e Android, o processo de denúncia é simples:
- 1.Para comunicar uma burla, abra o WhatsApp e aceda a “Definições” > “Ajuda” > “Contacte-nos”. Aí, deverá poder enviar a sua denúncia.
- 2.Para denunciar uma conta, abra a conversa com o burlão, clique no ícone de reticências no canto superior direito e vá a “Mais” > “Denunciar”. As últimas cinco mensagens serão reencaminhadas para o WhatsApp, o chat será eliminado e a pessoa será bloqueada.
O que fazer se tiver sido vítima de burla no WhatsApp
Os burlões são espertos, pelo que até os mais avisados podem ser vítimas de burla. Mas não precisa de eliminar o WhatsApp e começar tudo de novo. Agora, que já sabe a que deve estar atento, é provável que seja mais cauteloso se voltar a ser contactado.
Se for enganado, o que tem a fazer é:
- Denunciar a burla ao WhatsApp.
- Se tiver clicado nalguma ligação ou tiver descarregado algum ficheiro, notifique os seus contactos do WhatsApp sobre possíveis mensagens suspeitas que venham a receber da sua conta. Faça o mesmo se tiver perdido acesso à sua conta do WhatsApp.
- Invista na cibersegurança. Use palavras-passe fortes, recorra a um gestor de palavras-passe, utilize a autenticação de dois fatores e a ferramenta de Proteção contra Ameaças Pro™ da NordVPN para evitar entrar em sites com conteúdo malicioso.
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