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Resultados do Teste Nacional de Privacidade: Portugal desce para 5.º lugar na tabela

O Teste Nacional de Privacidade é um inquérito global que permite a pessoas de todo o mundo avaliarem a consciência que têm de questões de segurança cibernética e privacidade digital. Os últimos resultados assinalam um declínio global na consciência de cibersegurança, com Portugal a descer do 4.º para o 5.º lugar em relação a 2023, ultrapassado pelo Afeganistão. As informações que se seguem podem surpreendê-lo.

Resultados do Teste Nacional de Privacidade: Portugal desce para 5.º lugar na tabela

Índice

Índice

Sobre o Teste Nacional de Privacidade

O Teste Nacional de Privacidade é um inquérito global que permite a pessoas de todo o mundo avaliarem os seus conhecimentos sobre segurança na internet. O teste tem 22 perguntas sobre hábitos digitais quotidianos, consciência de privacidade e ameaças de cibersegurança.

Este ano, milhares de participantes de 181 países responderam ao inquérito para testar os seus hábitos de higiene cibernética. Recolhemos todos os resultados e concentrámo-nos nos 31 países com mais respostas. Analisámos os resultados de cada país ao pormenor e descobrimos diferenças fascinantes entre eles.

O desempenho dos participantes determina a pontuação de cada país no Teste Nacional de Privacidade. Os nossos analistas de dados também dividem os participantes em quatro personagens cibernéticas com base no número de respostas certas.

Mas, antes de nos debruçarmos sobre os resultados, passamos a explicar como é calculada a pontuação do Teste Nacional de Privacidade (TNP) e identificadas as personagens cibernéticas.

Como calculamos as pontuações do TNP

Calculamos a pontuação do TNP fazendo a média das pontuações obtidas nas áreas de quotidiano digital, consciência de privacidade e tolerância ao risco digital. Cada uma das 22 perguntas vale 4,5%. Quanto mais perguntas certas um participante tiver em cada categoria, mais alta será a pontuação do TNP.

Personagens cibernéticas: o que são?

As personagens cibernéticas são grupos que representam diferentes níveis de conhecimento e competências de cibersegurança a partir das pontuações obtidas no Teste Nacional de Privacidade. Aqui estão elas, com as respetivas pontuações no TNP:

  • Nómada cibernético (1-24%). Os nómadas cibernéticos são os que têm a pontuação mais baixa. Não estão suficientemente informados sobre segurança digital e privacidade para navegarem em segurança online.
  • Ciberturista (25-49%). Os ciberturistas sabem mais do que os nómadas, mas ainda têm muito para aprender. As suas pontuações médias mostram que precisam de melhorar os conhecimentos de cibersegurança.
  • Ciberaventureiro (50-74%). Os ciberaventureiros têm uma boa compreensão das questões de segurança e privacidade online. As suas pontuações são relativamente altas.
  • Estrela cibernética (75-100%). As estrelas cibernéticas são as que têm as melhores pontuações. Têm uma excelente consciência, conhecimentos e competências de cibersegurança, o que protege a sua presença online.

O que dizem os números?

Em 2023, os participantes portugueses garantiram um 4.º lugar nos conhecimentos de cibersegurança demonstrados, tendo caído para 5.º este ano, em ex aequo com a Nova Zelândia e o Reino Unido. Apesar da queda, os participantes portugueses ainda se podem orgulhar da posição ocupada, que lidera a dos países do Sul da Europa, destacando-se como os mais informados sobre os dados que os provedores de internet (ISP) recolhem nos pacotes de metadados. Analisemos mais atentamente estes resultados.

Principais conclusões

O inquérito do Teste Nacional de Privacidade mostra que a população portuguesa inquirida sabe bastante sobre as práticas de segurança online, tendo obtido uma das melhores pontuações sobre como lidar com ofertas suspeitas de serviços de streaming. Aqui estão outros pontos de destaque:

  • Embora os participantes portugueses tenham obtido uma pontuação elevada na maioria das perguntas, ainda são poucos (8%) os que sabem a que problemas de privacidade estar atentos ao utilizar a IA no trabalho. Da mesma forma, apenas 26% sabem onde armazenar as palavras-passe de modo seguro.
  • Têm um conhecimento bastante razoável sobre como os dispositivos podem ser infetados com malware e um forte conhecimento dos dados que os provedores de serviços recolhem nos metadados, que informações devem partilhar com as aplicações através das permissões e quais os riscos de se gravar os dados dos cartões de crédito no navegador. Também sabem o que fazer se forem notificados de que um dispositivo desconhecido tentou iniciar sessão na sua caixa de e-mail.
  • Nove em cada dez inquiridos em Portugal percebem que dados confidenciais não se deve partilhar nas redes sociais, estando cientes de que a partilha de dados de localização ou dados pessoais online acarreta sérios riscos. Nunca se sabe quem pode tentar utilizar essas informações de forma abusiva, seja para ciberbullying ou roubo de identidade.
  • A maioria dos inquiridos (97%) sabe como criar palavras-passe fortes, uma medida essencial para manter as contas a salvo de cibercriminosos.
  • A maioria dos Portugueses (97%) também acredita saber identificar e lidar com ofertas suspeitas de serviços de streaming. Estes esquemas fazem muitas vezes promessas que parecem demasiado boas para serem verdade a fim de atrair os utilizadores desprevenidos, mas os Portugueses já estão prevenidos contra elas.
Resultados do Teste Nacional de Privacidade

Personagens cibernéticas em Portugal

Portugal tem um número de Ciberaventureiros superior à média global (69%), sendo esta a categoria em que se enquadra a maioria dos inquiridos, logo seguida pela dos Ciberturistas (21%). As Estrelas cibernéticas registam um número mais modesto (8%) e, felizmente, apenas 1% dos inquiridos se insere na categoria dos Nómadas cibernéticos.

Principais alterações em relação a 2023

Embora um ano não seja suficiente para se desenvolver bons hábitos de segurança digital, uma pequena percentagem pode fazer uma grande diferença. Infelizmente, as percentagens dos Portugueses mostram uma pequena regressão, responsável pela queda de uma posição na tabela geral de resultados por país.

Em comparação com o ano de 2023, a pontuação do Teste Nacional de Privacidade em 2024 caiu 3 pontos, a pontuação de consciência de privacidade baixou 6, e a pontuação de risco digital diminuiu 5 pontos percentuais. Embora a diferença não seja colossal, continua a indicar uma tendência de queda.

No entanto, também há mudanças positivas. Em comparação com 2023, há mais pessoas que sabem como lidar com ataques de phishing e o que fazer se um hacker lhes pedir um resgate em dinheiro. Além disso, estão mais cientes da importância de se ler os termos de utilização das aplicações e dos serviços online, estando familiarizadas com os dados que os provedores de internet recolhem nos metadados.

Apesar dos avanços, o número de pessoas que reconhecem os benefícios de se atualizar as aplicações teve uma queda significativa, de 13 pontos percentuais, em relação a 2023. Este declínio significa que há menos indivíduos a tomar as medidas essenciais para proteger os seus dispositivos de vulnerabilidades, deixando-os expostos a ameaças online.

Panorâmica dos resultados globais

Em termos gerais, o teste mostra que a sensibilização global para as questões de privacidade e cibersegurança está a diminuir. A pontuação global deste ano foi de 58 em 100, abaixo dos 61 do ano passado.

Marijus Briedis, diretor de tecnologia da NordVPN, afirma que este declínio não é de admirar, tendo em conta a complexidade crescente das ameaças online e o número também crescente de soluções de cibersegurança.

“Os avanços tecnológicos podem ser esmagadores para algumas pessoas, que podem ter dificuldade em acompanhar o ritmo. As aplicações práticas online fazem cada vez mais parte do nosso dia a dia, e as pessoas dão muitas vezes prioridade à facilidade de utilização, expondo-se inadvertidamente a riscos. Mesmo sendo preocupante assistir ao declínio da consciência global de privacidade na internet, esta tendência vem apenas confirmar a necessidade crescente de educação para proteger os nossos dados pessoais online”, diz Marijus Briedis, diretor de tecnologia da NordVPN.

“Atualmente, as pessoas preocupam-se mais com os benefícios imediatos do que com a segurança a longo prazo, o que pode ter contribuído para a diminuição da consciência da privacidade. Além disso, à medida que contactam com um grande volume de conteúdos, os alertas importantes de segurança e as dicas de privacidade perdem-se muitas vezes pelo caminho”, diz ele.

Resultados do Teste Nacional de Privacidade 2024

Resultados globais

Apresentamos de seguida um resumo dos resultados globais. Para mais informações e para comparar os resultados de cada país, consulte o relatório do Teste Nacional de Privacidade.

  • Os resultados globais do teste mostram que os participantes tiveram um melhor desempenho nas perguntas sobre a criação de palavras-passe fortes, com uma média de 96% respostas certas entre os países analisados. Também se saíram bem na questão sobre como lidar com ofertas suspeitas de serviços de streaming (95%).
  • No entanto, o desempenho foi pior na compreensão dos dados que os provedores de internet recolhem como parte dos metadados, com apenas 13% de respostas certas. Ainda menos (apenas 6%) sabem que questões de privacidade ter em consideração ao utilizar a IA para trabalhar. À medida que as tecnologias se vão tornando cada vez mais complexas, evoluindo rapidamente, torna-se cada vez mais difícil para as pessoas acompanharem o ritmo.
  • Da mesma forma, apenas uma pequena percentagem dos inquiridos (16%) sabe como proteger a sua rede Wi-Fi doméstica. Esta falta de conhecimento pode deixar as redes vulneráveis a ciberataques, acessos não autorizados e roubo de dados, pondo em risco as suas informações pessoais.
  • Além disso, em 2024 há menos participantes (56%) que compreendem as vantagens de segurança de atualizar as aplicações assim que houver uma atualização disponível, em comparação com 2023 (69%). Esta descida representa a queda mais significativa desde o ano passado.
  • Analisando as personagens cibernéticas, apenas uma pessoa em dez tem o perfil de Estrela, contando-se este ano menos Estrelas e Aventureiros. De novo, esta tendência pode dever-se ao rápido avanço da tecnologia, que faz com que seja mais difícil para as pessoas acompanharem as mais recentes práticas de cibersegurança.
  • Curiosamente, as pessoas com idades compreendidas entre os 30 e os 54 anos tiveram as pontuações mais elevadas e têm maior probabilidade de se sagrar Estrelas cibernéticas. Os resultados sugerem os jovens e quem tem mais de 54 anos precisam de atualizar as suas competências de cibersegurança e de melhorar os hábitos de privacidade online.
  • Globalmente, os países com melhor desempenho em termos de sensibilização para questões de cibersegurança e privacidade foram Singapura (TNP = 62), a Finlândia e a Lituânia (TNP = 61), seguidas da Alemanha e dos Estados Unidos (TNP = 60).

Acha que consegue fazer um brilharete no Teste Nacional de Privacidade? Visite o site oficial do Teste Nacional de Privacidade e responda ao questionário para ver em quantas perguntas acerta.

Metodologia

O Teste Nacional de Privacidade é um inquérito de acesso livre, a que qualquer pessoa pode responder. Em 2024, participaram 25 567 pessoas de 181 países. Não é representativo à escala nacional, porque não foram estabelecidas quotas de idade ou género.

As informações divulgadas neste artigo utilizam os dados recolhidos até 17 de julho de 2024. Se houver diferenças entre o relatório e os resultados que aparecem na página web, isso deve-se aos participantes que responderam depois dessa data.

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