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O que é o malware?
Definição de malware
O malware é um programa informático criado para danificar, explorar ou obter acesso não autorizado a dispositivos, redes e dados. Existem vários tipos de malware, como vírus, worms, ransomware, spyware, adware e cavalos de Troia. Cada um utiliza diferentes métodos para se infiltrar nos sistemas informáticos e causar problemas.
Os efeitos das infeções por malware podem ir desde um ligeiro aborrecimento até uma grave crise de segurança. Se uma pequena infeção por adware pode limitar-se a inundar o seu ecrã com anúncios pop-up, já o ransomware pode bloquear todo o seu sistema, exigindo o pagamento de milhares de euros de resgate. Nos piores casos, os ataques de malware podem dar origem a violações maciças de dados, expondo informações confidenciais e causando danos à reputação.
O modo de funcionamento do software malicioso depende do seu tipo e objetivo. Há programas maliciosos, como os vírus, que se ligam a ficheiros válidos e que precisam da interação de um utilizador para se propagarem. Já outros, como os worms, replicam-se e espalham-se pelas redes sem a intervenção do utilizador. As ameaças mais avançadas, como o malware sem ficheiros, utilizam as ferramentas do sistema para levarem a cabo os ataques de malware, tornando-os ainda mais difíceis de detetar.
Um dos maiores perigos do malware é a capacidade de se propagar rapidamente. Os cibercriminosos utilizam sites maliciosos, anexos de e-mail infetados e software comprometido para introduzirem malware nos dispositivos, sem que o utilizador se aperceba disso. Basta um clique ou uma transferência para pôr todo o sistema em risco, e é por isso que são necessárias fortes medidas de segurança de rede para proteger os dispositivos.
Quais os efeitos do malware?
O software malicioso pode entrar nos dispositivos através de vários métodos dissimulados: anexos de e-mail, sites maliciosos, transferências de software infetado e até anúncios maliciosos. Uma vez lá dentro, pode causar estragos de várias formas, entre elas o roubo de informações sensíveis, fraude financeira, espionagem e até a corrupção de redes inteiras.
Há alguns tipos de malware que funcionam silenciosamente em segundo plano, recolhendo dados pessoais como credenciais bancárias e informações de início de sessão, sem que o utilizador saiba. Outros, como o ransomware, atacam na hora, bloqueando todos os ficheiros do dispositivo e exigindo o pagamento de um resgate para os desbloquear. Estes ataques de malware podem ter efeitos catastróficos, sobretudo para as empresas, provocando grandes perdas financeiras e causando danos à reputação. Em casos extremos, podem ser comprometidas redes inteiras, levando a paralisações operacionais e a violações de dados.
Quanto mais tempo o malware passar sem ser detetado, mais danos pode causar. Uma pequena infeção pode começar com um ligeiro abrandamento do desempenho, mas, se não for contida, pode evoluir para o roubo de dados, a fraude financeira ou o bloqueio total do sistema. A capacidade de detetar as infeções de malware numa fase inicial pode ajudar a evitar danos de maior dimensão. Aqui estão alguns sinais comuns de malware a que deve estar atento:
- Desempenho lento: se o seu dispositivo ficar de repente mais lento, deixar de responder ou tiver dificuldade em executar tarefas básicas, o malware pode estar a utilizar recursos do sistema em segundo plano.
- Falhas ou bloqueios frequentes: se o seu computador ou telemóvel for continuamente abaixo, apresentar mensagens de erro ou bloquear sem motivo, pode estar infetado.
- Mensagens pop-up indesejadas e redirecionamentos do navegador: se for constantemente bombardeado por anúncios intrusivos ou redirecionado para sites duvidosos, o seu sistema pode estar comprometido por adware ou outros programas nocivos.
- Atividade estranha na rede: o malware comunica muitas vezes com servidores externos para enviar dados roubados. Se notar uma utilização desmesurada dos dados ou ligações não autorizadas, é um sinal de alerta.
- Inícios de sessão suspeitos ou violações de segurança: se receber alertas sobre inícios de sessão de localizações desconhecidas ou notar alterações que não reconhece nas suas contas online, o malware pode estar a extrair as suas credenciais.
História do malware
O malware existe há décadas. A sua história remonta aos anos ‘70, quando o primeiro programa de malware de que há registo, o Creeper, se espalhou através da ARPANET numa prova de conceito. Nessa altura, o malware era mais uma curiosidade do que uma ameaça credível.
No final da década de 1980 e início da década de 1990, os vírus já tinham produzido danos substanciais. Em 1986, o vírus Brain atacava as disquetes, constituindo o primeiro exemplo de malware para PC. À medida que a tecnologia avançava, o mesmo acontecia com as ciberameaças. A década de 2000 trouxe um aumento de botnets, worms e cavalos de Troia, que conseguiam roubar dados, controlar os computadores infetados e lançar ataques de malware em grande escala.
Hoje, os ataques de malware são mais sofisticados e têm um alcance cada vez maior. Os cibercriminosos utilizam as automações, a inteligência artificial e serviços clandestinos, como o malware como serviço (MaaS), para lançar ataques de malware em grande escala. Nenhum dispositivo ligado está verdadeiramente seguro. Qualquer um que se ligue a uma porta USB — incluindo luzes, ventoinhas, altifalantes e até brinquedos — pode ser explorado para espalhar código malicioso.
Tipos e exemplos de malware
Há muitos tipos de malware, cada qual com as suas características. Alguns são criados para roubar dados confidenciais, enquanto outros interferem em sistemas informáticos e assumem o controlo não autorizado de dispositivos. Segue-se um resumo dos diferentes tipos de malware, com exemplos:
Tipo de malware | Exemplos | Como funciona | Grau de disseminação |
---|---|---|---|
Virus | Melissa | Liga-se a ficheiros e espalha-se quando eles são abertos, levando à corrupção de dados e a falhas do sistema. | Muito comum |
Worm | ILOVEYOU worm | Autorreplica-se e espalha-se pelas redes sem interação do utilizador. | Moderadamente comum |
WannaCry | Bloqueia ou encripta ficheiros, pedindo o pagamento de um resgate para restaurar o acesso. | Cada vez mais comum | |
Recolhe silenciosamente dados pessoais, como palavras-passe, informações financeiras e atividade de navegação. | Muito comum | ||
Zeus | Disfarçam-se de software legal, dando secretamente aos hackers acesso ao sistema. | Extremamente comum | |
Mirai | Transforma os dispositivos infetados numa rede de bots que serve para lançar ciberataques em grande escala, como os ataques DDoS. | Moderadamente comum | |
Ardamax | Regista secretamente os batimentos de teclas num dispositivo, captando palavras-passe, números de cartões de crédito e outros dados sensíveis. | Comum | |
Malware sem ficheiros | PowerShell Empire | Funciona sem deixar ficheiros tradicionais para trás, mas utilizando processos do sistema para perpetrar os ataques. | Em ascensão |
Adware | Adware.Gen | Bombardeia os utilizadores com anúncios indesejados, podendo tornar os dispositivos mais lentos. | Muito comum |
Criptossequestro | CoinMiner | Sequestra o poder de processamento de um dispositivo para minerar secretamente criptomoedas, diminuindo o seu desempenho e aumentando o consumo energético. | Em ascensão |
Proteção contra o malware
Com o aumento das estatísticas de ataques de malware, nunca foi tão importante proteger os seus dispositivos. Para estar um passo à frente das ciberameaças, deve aprender a detetar malware, removê-lo e evitá-lo antes que possa causar danos. Seguem-se alguns passos para manter os seus dispositivos seguros e saber o que fazer se suspeitar de uma infeção.
Como livrar-se do malware
Se o seu dispositivo estiver infetado, a principal prioridade é remover o malware:
- 1.Faça uma análise completa do sistema: utilize um analisador de malware para detetar e remover as ameaças. Uma análise completa com um software antivírus ou antimalware pode ajudar a identificar ficheiros maliciosos e a pô-los em quarentena.
- 2.Reinicie o dispositivo no modo de segurança e elimine programas suspeitos: o modo de segurança impede que os programas maliciosos sejam executados durante o arranque, fazendo com que seja mais fácil removê-los.
- 3.Desinstale aplicações suspeitas: siga o processo de desinstalação de fábrica para remover malware ou outros programas indesejados do seu dispositivo, que possam causar danos ao sistema.
- 4.Restaure o sistema para um ponto anterior: se tiver uma cópia de segurança completa do seu sistema operativo e ficheiros ou se o seu dispositivo tiver um ponto de restauro configurado, utilize-o para fazer retroceder o sistema para um momento anterior à ocorrência da infeção. Isso irá reverter todas as alterações feitas pelo software malicioso.
Como evitar malware
É sempre melhor prevenir do que remediar. Para minimizar o risco de malware, siga estas recomendações de cibersegurança:
- Tenha cuidado com os e-mails e as transferências: evite clicar em ligações desconhecidas ou transferir anexos suspeitos, especialmente se tiverem sido enviados por pessoas que não conhece.
- Mantenha o seu software e dispositivos atualizados: a atualização regular do seu sistema operativo, navegadores e software ajuda a corrigir eventuais vulnerabilidades de segurança da rede.
- Pratique uma navegação segura: utilize um bloqueador de sites maliciosos ou um verificador de ligações antes de abrir URL de fontes desconhecidas, para se certificar de que não são fraudulentos nem prejudiciais, e instale uma VPN com funcionalidades de proteção incorporadas.
- Utilize palavras-passe fortes e a autenticação multifator: aumentará assim a segurança das suas contas, evitando acessos não autorizados.
- Limite-se a fontes confiáveis: escolha sempre plataformas de confiança e verifique a legitimidade daquilo que descarrega.
- Instale um software antivírus e antimalware: estas ferramentas ajudam a detetar ciberameaças antes que causem danos graves.
- Utilize extensões no navegador: os bloqueadores de anúncios e as ferramentas antiphishing bloqueiam conteúdo nocivo e protegem a sua experiência online.
- Mantenha-se informado: informe-se sobre novos programas maliciosos e formas de se proteger.
Como denunciar ataques de malware
Embora não exista um botão direto para denunciar um ataque de malware, há canais a que pode recorrer para reportar ciberameaças e ajudar a evitar mais danos:
- Se for vítima de um ataque de malware, pode denunciá-lo a uma organização de cibersegurança nacional ou a uma unidade de combate ao cibercrime. Em Portugal, essas denúncias podem ser feitas ao Gabinete do Cibercrime ou à PJ.
- Se encontrar um site que pareça estar a espalhar malware, pode informar motores de pesquisa como o Google e o Microsoft Bing. Há muitos navegadores que também têm funcionalidades incorporadas para identificar e denunciar sites perigosos.
- Se sofrer alguma infeção de malware no trabalho, informe de imediato o departamento de TI para que possam tomar medidas para conter e eliminar a ameaça.
Tendências futuras no desenvolvimento de malware
À medida que a tecnologia se vai tornando cada vez mais inteligente, o mesmo acontece com o malware, e as tendências não mentem. Todos os dias são detetados mais de 450 000 novos programas de malware.
Uma das ameaças mais alarmantes é o rápido aumento dos ataques de ransomware. Se, em 2011, se registavam apenas cinco grandes incidentes de ransomware por ano, em 2024 os especialistas de cibersegurança apontam para 20 a 25 grandes ataques de ransomware diários.
A inteligência artificial (IA) está a tornar o malware cada vez mais engenhoso e mais difícil de detetar. Os ataques de phishing gerados por IA estão a tornar-se tão convincentes que 65% dos e-mails de phishing conseguem escapar às verificações de autenticação e 58% passam pelos filtros de segurança tradicionais. Os especialistas de cibersegurança atribuem a tendência ao facto de os cibercriminosos utilizarem a IA generativa para criar ataques altamente personalizados e automatizados, tornando o phishing mais perigoso do que nunca.
A última tendência preocupante, porém, é a utilização do Discord como plataforma de distribuição de software malicioso. Os programas de malware descobertos nesta aplicação ou distribuídos através dos canais do Discord disfarçam-se muitas vezes de truques para jogos, programas de pirataria ou outros ficheiros aparentemente inofensivos. Os hackers também utilizam a plataforma para partilhar ligações de phishing e vender malware como serviço, o que faz com que seja mais fácil do que nunca lançar ataques de malware.
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