Nossas informações são monitoradas, coletadas e comercializadas por agências de governo, empresas, redes sociais, anunciantes e vários outros tipos de grupos.
Você até pode achar que só as informações de pessoas e grupos “importantes” são valiosas, mas qualquer um na internet pode ter informações coletadas e comercializadas.
Então, se você valoriza sua segurança e sua privacidade online, esse texto é ideal. Aqui, vamos começar pelo passo fundamental: escolher o navegador web mais adequado.
É importante lembrar que a decisão final cabe a você, e que não há nenhum navegador perfeito e que todos possuem vantagens e desvantagens.
Firefox
O Firefox é um navegador bastante compacto e leve, com um desempenho bastante otimizado. Além disso, é um navegador em open-source, o que faz com que a própria comunidade possa fortalecer e contribuir com muitos dos seus principais aspectos.
Apesar de seu código ser aberto, ele é bastante seguro. Aliás, esse é um dos principais elementos indicativos da integridade desse navegador: os usuários sabem o que estão usando, e isso significa que não há “mecanismos ocultos” agindo sem o conhecimento dos consumidores.
Além disso, ele tem boa robustez contra malware e phishing, e seus benefícios de navegação anônima (que pode ser usada escolhendo a opção “Nova janela privativa”) ajudam a limitar significativamente o rastreamento das suas atividades. Ele também oferece boas funcionalidades para limitar pop-ups e adware, em geral (Saiba mais sobre o que é adware).
Há também vários add-ons desenvolvidos especialmente para o Firefox voltados ao aprimoramento da segurança do usuário. Ele é compatível com sistemas Windows, macOS, Linux, iOS e Android.
Microsoft Edge
Ninguém leva mais o antigo Internet Explorer a sério. Mas a Microsoft não abandonou o projeto de manter um bom navegador. O Microsoft Edge é o sucessor do obsoleto IE. Mas, não dá pra se animar muito com isso: o novo navegador recebe apenas duas atualizações por ano.
Isso significa que a baixa quantidade de atualizações não pode conseguir dar dinamismo necessário para que o navegador lide com as inúmeras ameaças que surgem diariamente. Para se ter uma ideia, os navegadores geralmente recebem duas ou mais atualizações por mês.
Mesmo assim, o Edge é bem mais seguro em relação ao seu antecessor, possuindo algumas ferramentas interessantes para privacidade e segurança – mas muito básicas se comparadas a concorrentes como o Firefox.
Entre as principais vantagens podemos listar o fato de o navegador se executar em sandbox, ou seja, processar suas atividades por si mesmo, poupando memória física do dispositivo.
Há também uma funcionalidade disponibilizado pela Microsoft para limitar o alcance de ferramentas de rastreamento dos dados do usuário. Mas o código fechado representa uma falta de transparência e integridade para os usuários.
O Edge é compatível com sistemas Windows, Android, iOS e Xbox One.
Chrome
Um dos navegadores mais disseminados no mercado, o Chrome conta com atualizações de segurança bastante frequentes. As funcionalidades que limitam ação de malware, em geral, são muito boas.
Mas a boa segurança do Chrome é limitada pela baixa possibilidade de privacidade: a própria fabricante é uma das maiores armazenadoras e comercializadoras de dados online. Então, por exemplo, não estranhe se você pesquisar por sapatos e, ao entrar em qualquer rede social usando o navegador, visualizar inúmeros anúncios do tipo.
É até possível instalar add-ons adicionais para melhorar a segurança do navegador, mas nem todos eles são seguros (Saiba mais sobre o que é adblocker).
Há opções nas configurações do próprio programa para limitar rastreamento de informações, mas elas são complicadas para a maioria dos usuários e o tempo gasto nesse esforço simplesmente pode não valer a pena para muita gente.
Em resumo, o Chrome é bom em segurança, mas péssimo em privacidade e essa baixa privacidade impacta diretamente as funcionalidades de integridade oferecidos pelo navegador.
Ele é compatível com Linux, Windows, iOS, macOS e Android.
Chromium
Não estranhe o nome. O navegador também tem conexões com a gigante Google, mas diferente do Chrome, não é diretamente controlado por ela e possui código aberto.
Apesar de ser menos refinado em termos de desempenho em comparação ao Chrome, ele tem vantagens inegáveis diante de seu parente em termos de privacidade. Isso compensa o maior consumo de recursos do dispositivo usados para executar o navegador.
Há atualizações diárias para o navegador, o que significa que os elementos de segurança são muito bons. Só que, por outro lado, há um inconveniente: essas atualizações não são automáticas e o usuário precisa fazer os updates manualmente.
Aqui, vale um aviso: há muitos navegadores “alternativos” que usam o código do Chromium como base, criados especialmente para roubar dados e informações dos usuários. Então, tome cuidado com o que você instala no seu computador.
Ele pode ser usado em sistemas Linux, Windows, Android e macOS.
Opera
Desenvolvido pela empresa de mesmo nome, o Opera tem compatibilidade com sistemas Linux, Windows, Android e MacOS.
Ele conta com vários mecanismos de segurança, incluindo proteção contra malware e bloqueio de scripts não verificados. Em termos de desempenho, o navegador é bastante leve e não consome muitos recursos de hardware.
As atualizações também são frequentes e automáticas. O único problema fica por conta da VPN própria do navegador, que é integrada e incorporada a ele. Essas implementações “gratuitas” de VPN nem sempre são de qualidade, por isso, em vez de usá-las, é recomendável adquirir serviços VPN pagos e de provedores consagrados no mercado, como a NordVPN.
Em questões de segurança, o Opera é uma opção bastante razoável; mas, em termos de privacidade, definitivamente deixa muito a desejar. E, como um fator depende do outro, você pode tirar suas próprias conclusões.
Tor
Em termos de segurança e privacidade, é difícil dizer se existe algo que supere o Tor (confira o artigo com comparações entre Tor vs VPN). Não é à toa que o navegador é recomendado por um dos maiores ativistas de privacidade e transparência das informações, Edward Snowden.
Dentre suas várias funcionalidades e mecanismos de segurança, ele oferece ótimo nível de privacidade, impedindo rastreamento não-autorizado, coleta e armazenamento de dados e bloqueando adware em geral.
Além disso, ele pode ser executado diretamente de um dispositivo USB, sem necessidade de instalação no dispositivo.
Apesar de ser bastante complexos em termos de segurança, as próprias configurações padrão já oferecem ótimo nível de proteção. Mas há também add-ons capazes de aprimorar esses benefícios. O navegador automaticamente remove históricos e arquivos temporários, como cookies.
Ele também criptografa o fluxo de informações de modo descentralizado e dividido em três fases executadas por três nodos: cada um deles remove uma camada específica da criptografia. Isso dificulta ataques do tipo man-in-the-middle e outras formas de espionagem e interceptação de dados.
Além disso, o navegador não é propriedade de uma única empresa, o que dificulta o armazenamento e interceptação de dados.
Há um lado “negativo” diante dessas vantagens: a velocidade de conexão do navegador pode não ser das melhores, já que a complexidade desses procedimentos pode causar uma perda de dinamismo na experiência do usuário.
O foco do Tor é privacidade, e não segurança propriamente dita. Ele não possui tecnologia anti-malware, por exemplo. E fazer simples alterações nas configurações pode representar maior exposição a essas ameaças.
O navegador pode ser usado em sistemas Linux, Windows e macOS.
Safari
O navegador da renomada Apple também é uma opção excelente em termos de privacidade online. A principal diferença entre a Apple e a Google é que a primeira tem como fonte principal de lucros a venda de aparelhos físicos, enquanto que a segunda tem como principal produto a publicidade online.
Isso significa que, em grande parte, a Apple tem menos interesse em captar os dados dos usuários e seus registros na rede mundial de computadores.
O Safari tem boas funcionalidades para impedir o armazenamento de dados no cache do usuário por parte de sites não autorizados. Em geral, a estrutura de segurança do navegador é satisfatória.
Um dos pontos que merecem destaque é o fato de o carregamento (loading) dos endereços eletrônicos ser feito em processos distintos no Safari, o que dificulta e impede grande parte da execução de inúmeros malwares.
E não podemos esquecer do método de renderização do Safari, que é executado em Webkit com código aberto (open source). Fora o Webkit, os outros elementos do navegador são organizados em código fechado.
O ponto mais negativo desse navegador em termos de privacidade é o repasse de informações feito para a NSA (National Security Agency, a “Agência de Segurança Nacional” dos Estados Unidos) pela Apple através dele.
Agora que você já tem uma análise de alguns dos principais navegadores web em termos de privacidade e segurança, fica mais fácil tomar sua decisão.
Independentemente do navegador que você usa, vale a pena adquirir um bom serviço de VPN para Linux, Windows, MacOS ou qualquer que seja seu sistema operacional para aprimorar sua criptografia e aumentar a segurança e a privacidade das suas informações. Com a NordVPN, por exemplo, além dos serviços tradicionais de VPN, você tem ainda a funcionalidade da Proteção contra Ameaças, que bloqueia os rastreadores da Web.
Sua segurança online começa com um clique.
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Qual é o navegador mais seguro?
Essa é uma pergunta complicada e a resposta mais acertada é, provavelmente, “depende”. Mas depende do quê? Bom, para se afirmar que um navegador é “o mais seguro de todos”, deve-se ter em conta muitas coisas, a exemplo das necessidades pessoais de cada usuário.
Em uma análise feita pela Accuvant Labs levando em conta três navegadores, o Firefox, o Internet Explorer e o Chrome, que sozinhos possuem mais de 90% de todo o mercado do ramo, o Chrome foi eleito o mais seguro dos três, seguido pelo Internet Explorer. Mas esse estudo, além de limitado em escopo, teve como base apenas a capacidade do navegador de limitar o vazamento de dados privados ou evitar a instalação de software que funcionam por conta durante a navegação. Talvez para outros usuários, uma abordagem mais focada na privacidade, como o feito pelo Tor, fosse mais interessante. Outros ainda podem dar mais valor a questões de segurança contra malwares, algo que não foi levado em conta no estudo.
Em resumo, o navegador mais seguro é aquele que oferece as melhores ferramentas para atender ao que o usuário precisa, seja em termos de privacidade, funcionalidade antivírus ou maior controle sobre o que é executado em segundo plano.
Conclusões
Em termos gerais de segurança, Firefox e Chrome ficam em destaque. Mas, em termos de privacidade, o Tor ganha, sem sombra de dúvidas. O nível de segurança de um navegador depende muito do nível de conhecimento do usuário. Então, as vulnerabilidades de segurança do Tor podem ser contornadas, bem como as falhas de privacidade do Chrome, se os usuários souberem fazer os usos e configurações corretos.
Cada navegador possui seus prós e contras e cabe a cada pessoa decidir qual opção melhor se encaixa em suas necessidades e prioridades.