Mas o IPv6 é melhor que o IPv4? Quais as principais diferenças entre os dois? Vamos saber estas e mais informações aqui mesmo, neste artigo.
O que é o IPv4?
Cada dispositivo conectado à internet precisa de um endereço (ou uma identificação) para enviar e receber informações, dados em geral. Nos anos 1980, especialistas em computação criaram o IPv4 para este propósito: identificar os dispositivos nas redes. Este protocolo de internet (ou IP, sigla para Internet Protocol) é composto por endereços numéricos de 32 bits, gerando aproximadamente 4.3 bilhões de endereços de IP únicos.
Em resumo, o IPv4 é um protocolo que realiza o tráfego de dados de modo mais rápido, focando na velocidade e não na qualidade da entrega destes dados. Para garantir mais segurança e integridade aos pacotes (dados) enviados e recebidos, utiliza-se o TCP (Transmission Control Protocol, ou “protocolo de controle de transmissão”).
Só que, 40 anos depois, a quantidade de dispositivos conectados à internet aumentou para uma quantidade que jamais teria sido imaginada. E, claro, isto gerou um “esgotamento” dos endereços de IP disponíveis.
O IPv4, que serve para identificar os dispositivos nas redes, acabou se tornando insuficiente para comportar a quantidade de endereços exigida pela demanda crescente. Além disto, algumas grandes corporações conseguiram reservar bilhões de endereços de IP, gerando menos oferta para usuários domésticos e até outras empresas. Muitas vezes, estas corporações nem mesmo utilizam todos estes endereços.
O que é o IPv6?
Na década de 1990, surgiu um aprimoramento para os endereços de IP: a atualização passou a oferecer endereços de IP de 128 bits, e não mais apenas de 32 bits. Isto permitiu gerar e comportar uma quantidade imensamente maior de endereços e de identificação para os dispositivos conectados às redes.
Mesmo que cada pessoa tenha bilhões de dispositivos conectados, o IPv6 conseguirá gerar endereços suficientes para cada um destes dispositivos. E o IPv6 nem foi totalmente implementado ainda, e é exatamente por este motivo que, mesmo sendo menos aprimorado que o IPv6, o IPv4 ainda é o mais utilizado. E há algumas razões para isto:
- Ele não oferece compatibilidade total com o IPv4: se um website usar o IPv4 e seu dispositivo ou seu provedor de internet usarem o protocolo mais novo, então você não vai conseguir acessar o conteúdo; para fazer isto, seu dispositivo precisa ser compatível com os dois tipos de protocolo;
- Os roteadores e aparelhos eletrônicos mais modernos são compatíveis com o IPv6. Só que, para fazer a atualização a nível global, todos os dispositivos, sistemas operacionais e provedores de internet precisarão ser atualizados; para evitar rupturas, eles terão de oferecer compatibilidade aos dois protocolos, simultaneamente, o que pode ser muito caro;
- Os benefícios para os usuários em geral ainda não são totalmente claros: em geral, as empresas não conseguem ver a vantagem clara de investir na nova tecnologia se seus clientes não enxergam um impacto direto na tecnologia mais nova. A criação de mais endereços de IP é um processo importante a longo prazo, mas não será visto como um processo realmente necessário até que os endereços de IP estejam esgotados.
Quais as principais diferenças entre o IPv4 e o IPv6?
O propósito dos dois é essencialmente o mesmo: oferecer identificações para os dispositivos conectados nas redes. O IPv6 é mais atual em relação ao IPv4 e resolve o problema da limitação do número de endereços de IP, mas também possui outros benefícios em comparação com a classe mais antiga de IP’s.
1. Segurança aprimorada
O IPv6 é mais seguro em comparação com o IPv4. Ele oferece mais confidencialidade, métodos de autenticação das informações e integridade dos dados. O ICMP (Internet Control Message Protocol, ou “protocolo de internet de controle de mensagens”), que é um componente já presente no IPv4, oferece brechas que podem facilitar a entrada de malware, então muitos firewalls atuais acabam bloqueando este protocolo (saiba mais sobre o que é um firewall).
Só que, por outro lado, o ICMP presente no IPv6 pode usar o IPSec (IP Security Protocol, ou “protocolo de segurança IP”), garantindo menos vulnerabilidade e mais integridade.
2. Sem restrições geográficas
Diferente dos endereços de IPv4, os endereços de IPv6 não priorizam certas regiões do mundo em detrimento das outras e podem ser disponibilizados para todos. Aproximadamente 50% dos endereços de IPv4 ficaram reservados para os Estados Unidos quando foram criados, por exemplo, gerando uma concentração da tecnologia.
3. Roteamento mais eficiente
Os headers (ou cabeçalho, que serve para identificação) de IPv4 variam em comprimento, enquanto que o IPv6 é mais consistente neste sentido, oferecendo uma padronização mais eficiente. Isto significa que o código para rotear informações para estes endereços é mais simples e exige menos processamento e recursos de hardware. Como resultado, o IPv6 tem uma qualidade de serviço melhor e um desempenho superior para o usuário.
4. Conectividade de ponta-a-ponta
O NAT (Network Address Translation, ou “tradução de endereço de rede”) é um método criado para ajudar a solucionar a falta de oferta de endereços de IP. O IPv6 é capaz de criar endereços de IP suficientes para todos os dispositivos, o que faria com que o próprio NAT fosse dispensável. Cada dispositivo poderia se conectar à internet e se comunicar com os websites diretamente.
5. Auto-configuração
Um dos melhores benefícios do IPv6 é a autoconfiguração. Isto permite aos dispositivos designar, para si mesmos, endereços de IP sem precisar de um servidor. Ao invés disto, os endereços de IP são gerados usando os endereços MAC (Media Access Control, ou “controle de acesso de mídia”) dos próprios dispositivos, que são exclusivos e personalizados para cada smartphone, laptop ou tablet. Isto torna mais fácil para dispositivos conectados na mesma rede conseguirem identificar uns aos outros.
Comparação de velocidade entre IPv4 e IPv6
O IPv6 é mais rápido que o IPv4? Infelizmente, não. A Sucuri testou o nível de tempo de resposta de 22 domínios em 6 localizações diferentes e os resultados mostraram que o IPv6 é um pouco mais lento que o IPv4.
Só que a diferença foi de uma fração de segundo, o que não seria perceptível por uma pessoa navegando na internet. O teste de velocidade também mostrou que o tempo de resposta pode ser afetado pela localização geográfica.
O IPv6 e as VPN’s
A maioria dos provedores de VPN funcionam com o IPv4. Isto significa que uma VPN vai redirecionar seu tráfego para um servidor IPv6 externo se você tentar acessar um website configurado para usar IPv6. Só que isto significa que seu tráfego teria que sair de um túnel VPN seguro, comprometendo sua integridade.
Este processo te faria suscetível a vazamento de DNS, o que poderia expor o seu endereço de IP (confira nosso artigo “Qual é Meu Endereço de IP?” para saber identificar seu IP) original e a sua localização, ou até mesmo afetar o serviço do website que você estiver visitando. Isto também significa que seu provedor de internet pode monitorar sua atividade online, o que anula o propósito de se usar uma VPN. Este tipo de exposição é difícil de detectar sem usar um teste de vazamento de DNS.
Para evitar isto, a NordVPN oferece proteção contra vazamento de DNS (Domain Name System, ou “sistema de nome de domínio”), e parte da solução consiste em desabilitar o tráfego de IPv6. Mas a NordVPN já planeja oferecer compatibilidade com o IPv6 futuramente.
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